O ano de 2024 trouxe importantes avanços para a geração solar no Brasil

Novos negócios para integradores, transações de ativos e leilões de armazenamento devem movimentar o mercado


O ano de 2024 trouxe importantes avanços para a geração solar no Brasil. De acordo com levantamento da Greener, o volume de módulos nacionalizados até outubro superou o acumulado de 2023, ultrapassando a marca de 18 GW. E a previsão é que chegue a 22 GW até o fim de dezembro. Os últimos meses também registraram uma recuperação da Geração Distribuída (GD) após desaceleração no ano anterior; Fusões e Aquisições (M&A) no setor aumentaram em torno de 89% até setembro; e a Geração Centralizada (GC) teve incremento de 6 GW, apesar de desafios como PLD baixo, aumento de CAPEX e curtailment. 

Diante desse cenário, estas são as principais projeções feitas pelos especialistas da Greener para 2025:

Diversificação de negócios em GD - Os integradores fotovoltaicos deverão investir em novas tecnologias, como sistemas híbridos e carregadores de veículos elétricos, diversificando seu portfólio para explorar novos nichos,  ampliar as oportunidades  e fortalecer  sua posição em um mercado cada vez mais exigente e dinâmico.

Desafios para GD Remota - Da mesma forma que ocorreu em 2024, o segmento pode enfrentar obstáculos, como a indefinição acerca da compensação de créditos na GD após 2029/2031. Além do cenário macroeconômico, com variações cambiais e de custos tributários, o desequilíbrio entre a oferta de energia gerada e um ritmo mais lento de contratação da Geração Compartilhada terá influência na receita de geradoras e gestoras. Apesar dos desafios, espera-se a instalação de um volume significativo de potência no decorrer do próximo ano.

Novas oportunidades em M&A - É esperado um movimento crescente de Fusões e Aquisições com foco em ativos operacionais, marcando uma mudança de perfil de projetos greenfield para brownfield. O protagonismo dos projetos de GD continuará forte, com a consolidação de centenas de portfólios e usinas de mini GD influenciando o número de transações à medida que empresas buscam ampliar sua participação no mercado.

Grandes cargas e indústria poderão impulsionar GC - A exemplo de outros modelos de geração, a GC ainda deve enfrentar os desafios que impactaram o setor em 2024. Por outro lado, o segmento deve ser impulsionado pela crescente demanda de data centers e grandes consumidores industriais, que estão cada vez mais investindo em autoprodução no Mercado Livre, enquanto a expansão de usinas híbridas solar-eólicas deve otimizar o uso da infraestrutura de transmissão. Outra tendência é o avanço nas discussões sobre soluções de armazenamento em baterias (BEES), como o Leilão de Reserva de Capacidade, que podem contribuir para a mitigação do constrained-off e para a melhoria da estabilidade da rede elétrica.

Armazenamento de energia terá papel central - Com a esperada regulamentação da ANEEL e a realização de leilões do setor, o armazenamento será fundamental no processo de transição energética. O Leilão de Reserva de Capacidade integrará o armazenamento para garantir estabilidade à rede e apoiar o aumento das fontes renováveis, como solar e eólica; já o Leilão de Sistemas Isolados possibilitará a integração de renováveis com soluções de armazenamento em áreas não conectadas ao Sistema Interligado Nacional. Além disso, espera-se o crescimento das microrredes, especialmente no setor agropecuário, como uma solução para reduzir o consumo de diesel, ao mesmo tempo em que promove a descarbonização e contribui para um desenvolvimento mais sustentável.

“Ao olhar para 2025, vemos um setor fotovoltaico ainda mais dinâmico e resiliente, com novas oportunidades surgindo em meio aos desafios. A diversificação de soluções, como o armazenamento de energia e sistemas híbridos, será fundamental para atender à crescente demanda e garantir a estabilidade do sistema. Os avanços regulatórios e a realização de leilões estratégicos também serão decisivos para a evolução do mercado e o avanço da transição energética no país”, afirma Marcio Takata, CEO da Greener.

Genilson Alves (genilson@pimenta.com)    

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