PUC-Rio assina um memorando de entendimento com a Beijing Academy of Science and Technology
Danthi Comunicação Integrada -
Delegação liderada pelo reitor, padre Anderson Pedroso, assinou MoU com a Beijing Academy of Science and Technology
A Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) assinou um memorando de entendimento (MoU) com a Beijing Academy of Science and Technology (BJAST), da China, para impulsionar iniciativas conjuntas nas áreas de desenvolvimento urbano, cidades inteligentes, ecologia e inteligência artificial. A parceria pode ajudar no avanço de soluções inovadoras e sustentáveis para desafios urbanos e ambientais.
O acordo é um dos resultados da viagem ao país asiático feita pela comitiva de dez integrantes da PUC-Rio, que realizou encontros com líderes empresariais e acadêmicos, em novo marco no intercâmbio de conhecimento e tecnologia entre Brasil e China.
A delegação – liderada pelo reitor Anderson Antonio Pedroso, S.J., e pelo também padre jesuíta Roberto Barros Dias, S.J., presidente da Fundação Padre Leonel Franca – fortaleceu e avançou a agenda acadêmica de intercâmbio e pesquisas com a Universidade de Hebei e a Beijing University of Civil Engineering and Architecture (Bucea) e reuniu-se com executivos de indústrias de alta tecnologia, como a Great Wall Motors (GWM) e a YingLi Solar.
Novas parcerias
Na Beijing Academy of Science and Technology (BJAST), a comitiva foi recebida pelo presidente da academia, um dos maiores centros de tecnologia chinês, Wu Jianmin, que abriu o caminho para a cooperação com a PUC-Rio, por meio da assinatura de um memorando de entendimento (MoU). As áreas de interesse incluem ciência e tecnologia, mobilidade de estudantes e professores, e o desenvolvimento de projetos conjuntos, utilizando fundos governamentais. Além disso, foi discutida a criação de laboratórios conjuntos e a promoção de iniciativas bilaterais no campo da transformação e aplicação de novas tecnologias.
Outra instituição que passou a entrar no horizonte de parceiras da PUC-Rio na China é a Beijing University of Civil Engineering and Architecture (Bucea), cuja vice-presidente, Chen Zhaohui, e sua comitiva receberam a equipe da PUC-Rio. Durante a reunião, foram identificados pontos de sinergia em diversas áreas como: Humanidades e Ciências Sociais; Engenharia Civil e Transporte; e Inteligência Artificial (IA).
A Beijing University of Civil Engineering and Architecture oferece cursos de IA voltados para a automação elétrica, ciência da comunicação e automatização, áreas em que a PUC-Rio pode desenvolver projetos conjuntos. No segundo semestre deste ano, a universidade carioca lançará o curso de graduação de IA, que prevê a construção de um prédio de cinco andares onde funcionará o Instituto Behring de Inteligência Artificial da PUC-Rio.
A universidade chinesa expressou ainda interesse em desenvolver projetos de intercâmbio de alunos, professores e pesquisadores, inclusive no âmbito do mestrado, e apoiar a criação de plataformas científicas com a PUC-Rio. O projeto Amazonizar foi de particular interesse para a instituição chinesa, que se ofereceu para colaborar nas áreas de biologia matemática e estudos sobre a interação homem-floresta. O Amazonizar, desenvolvido pela PUC-Rio, tem como objetivo promover projetos de pesquisa que incentivem práticas sustentáveis na Amazônia, envolvendo as populações locais e o ecossistema único na região.
Projetos de transição energética com empresas
Um dos objetivos da missão da PUC-Rio na China é a construção de projetos patrocinados em diversas áreas de inovação, de setores que vão da mobilidade às energias renováveis.
Na fabricante de veículos elétricos GWM, a PUC-Rio deu mais um passo em sua estratégia de internacionalização e de pesquisas na área de mobilidade sustentável.
A visita à YingLi Solar abriu caminho para cooperação em iniciativas multidisciplinares voltadas à aplicação de tecnologia fotovoltaica, incluindo pesquisas relacionadas a transição energética, desenvolvimento urbano e aplicação industrial da energia solar, como no caso de data centers. Um dos desdobramentos previstos é a colaboração para a construção de um campus mais sustentável na PUC-Rio.
Para o reitor, padre Anderson Pedroso, a visita à China foi um marco significativo para a PUC-Rio no fortalecimento das suas parcerias acadêmicas com universidades chinesas e na identificação de novas oportunidades de colaboração. “Com a criação de novos projetos de pesquisa e a expansão da mobilidade acadêmica, a PUC-Rio se posiciona como um importante ator na internacionalização do ensino superior, oferecendo novas oportunidades para seus alunos, professores e pesquisadores”, afirma o reitor.
Relações fortalecidas
Além da identificação de novas possibilidades de cooperação com empresas e instituições, como a Beijing Academy of Science and Technology e a Beijing University of Civil Engineering and Architecture, a visita à China trouxe resultados concretos e promissores para a PUC-Rio, como o fortalecimento das parcerias já existentes, como a da Universidade de Hebei e da Beijing Foreign Studies University (BFSU).
Com a BFSU, foi discutido o aprofundamento da colaboração, especialmente por meio de um acordo com a International Business School da BFSU. As principais áreas de interesse para fortalecer a parceria incluem: o intercâmbio de estudantes de graduação e troca de professores; a promoção de eventos conjuntos, como seminários e workshops; e a Semana Internacional.
A proposta foi criar um intercâmbio bilateral, no qual os estudantes da PUC-Rio visitem empresas chinesas em Pequim, enquanto os estudantes da BFSU visitariam empresas brasileiras no Rio de Janeiro.
Missões na China remontam ao jesuíta Matteo Ricci (1552-1610)
A viagem, a convite da Universidade de Hebei, teve como organizador o Instituto Confucius PUC-Rio, voltado para a promoção da cultura chinesa no Brasil e resultado da parceria entre as universidades brasileira e do país asiático. A universidade chinesa, fundada por jesuítas franceses em 1921, se localiza na província de Hebei, cuja capital, Baoding, fica a pouco mais de duas horas da capital Pequim.
A missão à China reforçou os laços entre as instituições e a conexão entre os países por meio do trabalho educacional, missionário e desbravador desempenhado pelos jesuítas há quase 500 anos. Um dos pontos altos e de maior simbolismo da viagem foi a visita ao túmulo do padre italiano Matteo Ricci (1552-1610), cientista, geógrafo e cartógrafo, cujo papel foi fundamental para a introdução do catolicismo na China.
O túmulo fica em um antigo seminário e igreja da Companhia de Jesus, convertido em escola após a Revolução Comunista e cujo local, nos últimos anos, é de acesso restrito, mas cuja visitação foi autorizada após a formalização de um pedido antecipado. “Tivemos a honra de visitar o túmulo de Matteo Ricci, que foi um dos primeiros jesuítas a estabelecer um intercâmbio profundo e respeitoso com a civilização chinesa. Ricci abriu caminhos entre fé, ciência e humanismo, deixando um legado que continua a inspirar nossa missão acadêmica e cultural”, afirma padre Anderson Pedroso.
O reitor considera que a visita foi emblemática pois, segundo ele, abre generosamente uma oportunidade extraordinária de retomarmos a tradição jesuítica secular de troca de saberes e culturas, por meio de uma amizade profunda e duradoura, como a que os primeiros jesuítas como Matteo Ricci estabeleceram: “Em um mundo globalizado, precisamos tecer redes humanas com profundidade e comprometida com o desenvolvimento de todos os povos. Temos que ir além da globalização exclusivamente econômica. Precisamos da globalização dos saberes, oportunidades e bens”, afirma Pedroso.
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