As empresas brasileiras avançaram na estratégia sustentável
Info Graphya -
Pesquisa ouviu empresários de médias e grandes empresas dos segmentos industrial, comercial, de serviços e agronegócio, de todo o Brasil
As empresas brasileiras avançaram na estratégia sustentável, de acordo com a pesquisa “Avanços e Desafios: A Maturidade ESG nas Empresas Brasileiras 2024”, encomendada pela Beon ESG, Nexus e Aberje. Segundo os dados, 51% das organizações possuem estratégia, o que representa um aumento de 14 pontos em relação a 2021. Mesmo com esse avanço, os dados trazem um alerta de que metade ainda não enxerga o desenvolvimento sustentável como um plano estratégico.
No mesmo período, a estrutura ESG – Environmental, Social, and Governance (em português, Ambiental, Social e Governança) – dentro das organizações cresceu 10 pontos percentuais, passando de 29% para 39%. Além disso, o número de empresas com metas ambientais aumentou de 31% para 43%. Foram entrevistados 401 empresários de médias e grandes empresas dos segmentos industrial, comercial, de serviços e agronegócio, de todo o Brasil.
Nesse contexto, normas como a ISO 14001 e a NBR 16001 surgem como alternativas confiáveis para as empresas que buscam estruturar suas práticas sustentáveis. A ISO 14001, voltada para a gestão ambiental, estabelece diretrizes como a redução de resíduos, o uso consciente de recursos naturais e o controle de emissões de gases de efeito estufa. Já a NBR 16001 foca na responsabilidade social, promovendo ações alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
“Essas normas permitem que as empresas melhorem continuamente suas práticas e comprovem seu compromisso com a sustentabilidade. Além disso, são certificáveis, o que fortalece a confiança dos consumidores e das partes interessadas”, destacou Alexandre Xavier, vice-presidente de ESG da Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade (Abrac).
Para obter as certificações, a organização deve entrar em contato com um organismo certificador acreditado pela Coordenação Geral de Acreditação (Cgcre) do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Esse organismo verificará se a organização segue os requisitos da(s) norma(s), realizará auditorias e, se tudo estiver em conformidade, emitirá o(s) certificado(s).
ABNT PR 2030
A ABNT criou a PR 2030, uma prática recomendada que oferece diretrizes e um modelo de avaliação específica para as organizações. Como o próprio nome sugere, a ABNT PR 2030 não se trata de uma lei, mas de uma recomendação, ou seja, um documento de adesão voluntária, sem caráter obrigatório ou vínculo contratual necessário, como uma base técnica para possíveis regulamentações
Entretanto, o vice-presidente de ESG da Abrac ressaltou que a ausência de uma norma certificável para ESG pode comprometer a confiança nos relatórios e nas iniciativas das empresas. “Uma norma certificável com avaliação independente traria mais credibilidade ao mercado, garantindo que as informações divulgadas fossem consistentes e precisas”, afirmou.
“A pesquisa também revelou que, apesar dos avanços, apenas 20% das empresas publicam relatórios de sustentabilidade, índice que pode gerar desconfiança. Pensando em maior confiabilidade, as certificações são ainda mais viáveis e estratégicas”, concluiu Alexandre Xavier.
Abrac (flavyahiar@infographya.com)