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A economia circular tem se consolidado como uma das grandes tendências da indústria moderna

Práticas inovadoras para reduzir custos e impactos ambientais, transformam resíduos em soluções sustentáveis


A economia circular tem se consolidado como uma das grandes tendências da indústria moderna, substituindo o modelo tradicional de produção linear — onde se extrai, produz, consome e descarta — por um sistema mais sustentável, baseado no reaproveitamento de materiais e na redução de desperdícios. Com essa abordagem, diversos setores estão não apenas minimizando seus impactos ambientais, mas também encontrando novas oportunidades de negócio e aumentando a competitividade no mercado. 

De acordo com a Fundação Ellen MacArthur, a economia circular pode reduzir em até 45% as emissões de gases de efeito estufa relacionadas à produção industrial até 2050. No Brasil, a necessidade de soluções mais sustentáveis se reflete nos números do Painel da Geração de Resíduos no Brasil, do Ibama, que aponta que a indústria nacional gera mais de 100 milhões de toneladas de resíduos sólidos por ano, grande parte passível de reaproveitamento. 

A adoção de práticas sustentáveis na indústria vai além da reciclagem tradicional. Empresas inovadoras têm utilizado materiais considerados sucata para criar produtos de alto valor agregado, reduzindo custos e otimizando recursos. Um exemplo é a metalurgia, setor onde resíduos como aço, ferro e alumínio podem ser reaproveitados na produção de novas peças, equipamentos e maquinários. 

"Na nossa indústria, reaproveitamos peças de máquinas sucateadas para fabricar novos teares circulares, oferecendo uma alternativa sustentável e econômica para nossos clientes. Isso permite uma economia de mais de 80% em comparação com um equipamento novo, sem comprometer a qualidade e a eficiência", explica Larissa Isensee, CEO da Isensee Machines EIRELI, especializada na fabricação de máquinas para a indústria têxtil.

A indústria liderada por Larissa adota um processo onde equipamentos antigos são desmontados e suas peças reaproveitadas ou reformadas para dar origem a novos produtos. Esse método não só reduz a demanda por matéria-prima virgem, como também diminui significativamente os custos operacionais e a emissão de resíduos industriais. 

Segundo estudos realizados pelo Ministério do Meio Ambiente, a economia circular tem potencial para gerar 7 milhões de novos empregos, impulsionar setores produtivos e atrair investimentos. Empresas que adotam esse modelo relatam redução de custos operacionais, além de um diferencial competitivo no mercado, uma vez que consumidores e grandes corporações têm priorizado fornecedores comprometidos com a sustentabilidade. 

Além disso, o conceito não se restringe apenas à reutilização de materiais, mas também engloba inovação em processos produtivos, como o desenvolvimento de tecnologias que prolongam a vida útil dos produtos e a criação de novos modelos de negócios baseados no reuso e compartilhamento de bens industriais. 

À medida que as regulamentações ambientais se tornam mais rígidas e os consumidores exigem maior transparência das empresas, novas práticas são fundamentais para a indústria do futuro. "A economia circular não é apenas uma tendência, mas uma revolução na forma como produzimos e consumimos. Quando entendemos que a sucata pode ser um recurso valioso, abrimos caminho para uma indústria mais eficiente, inovadora e sustentável", conclui a CEO. 

Kaísa Romagnoli (lucky3@luckyassessoria.com.br)    
 

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