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Desafios da energia solar: gargalos que travam seu crescimento no Brasil

O Brasil é o sexto país a atingir a marca de 50 gigawatts de capacidade instalada. Apenas China, EUA, Japão, Alemanha e Índia


A evolução da energia solar no Brasil tem mostrado um crescimento acelerado nos últimos anos, mas ainda enfrenta vários obstáculos que limitam seu verdadeiro potencial. Apesar de o país possuir uma das maiores taxas de irradiação solar do mundo, existem entraves econômicos, regulatórios e de infraestrutura que dificultam a expansão dessa fonte de energia renovável. “O Brasil necessita de uma política competitiva e justa para o setor, que inclua a redução das taxas de impostos sobre alguns componentes e equipamentos", ressalta o diretor-geral da Fox ESS, Robson Meira.

O Brasil é o sexto país a atingir a marca de 50 gigawatts de capacidade instalada. Apenas China, EUA, Japão, Alemanha e Índia já haviam conquistado esse feito. Desde 2012, o setor já gerou mais de 1,5 milhão de empregos, de acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Segundo a entidade, nesses 13 anos, o setor trouxe ao Brasil cerca de R$ 239 bilhões em novos investimentos, motivados principalmente pelo segmento de geração distribuída — quando a fonte está instalada próxima ao local de consumo, como em residências. Isso corresponde a 49,06 GW do total de 35.004,5 MW. O sistema já reduziu mais de 63,5 milhões de toneladas de CO2.

Obstáculos que impedem o crescimento do setor: Outro fator agravante é que, em vários estados, integradores têm enfrentado dificuldades, pois os projetos fotovoltaicos de seus clientes estão sendo suspensos por tempo indeterminado. Em alguns estados brasileiros há impedimentos sob a alegação de “saturação da rede”. Algumas concessionárias de energia no País alegam problemas como a inversão de fluxo de potência, especialmente no caso da geração distribuída. “Essas negativas de conexão por parte das distribuidoras têm impedido milhares de consumidores de aderirem à geração própria de energia solar, o que compromete o crescimento do setor”, complementa o executivo.

A infraestrutura de transmissão e distribuição de energia no Brasil também representa um grande desafio. No Norte e no Nordeste, regiões com enorme potencial de geração de energia solar, há dificuldades para conectar essa energia aos principais centros consumidores, principalmente devido à sobrecarga nas linhas de transmissão.

A energia solar no Brasil tem potencial para ser uma das principais fontes de energia renovável do país, aproveitando suas condições geográficas favoráveis. “No entanto, para que esse crescimento seja ainda mais expressivo, é necessário resolver os gargalos relacionados ao financiamento, à regulação e à infraestrutura. Além disso, é essencial uma política pública mais clara e consistente em termos de incentivos, tanto para importação de componentes quanto para a geração e armazenamento de energia solar, para que o Brasil se consolide como uma potência no setor”, alerta Robson.

Recentemente, a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou, durante a Energyear 2025, em SP, que a regulamentação dos sistemas de armazenamento de energia, incluindo baterias e usinas reversíveis, deve ser publicada até maio deste ano. Segundo a agência, o sistema de armazenamento agregará características que permitirão a continuidade da expansão das energias renováveis no Brasil.

"Este será um marco histórico na expansão da energia solar no Brasil. As pessoas terão a oportunidade de armazenar sua própria energia, garantindo mais autonomia e segurança no fornecimento. Dessa forma, poderão evitar transtornos decorrentes de cortes de energia, seja devido a condições meteorológicas, como tempestades, ou por falhas de manutenção das concessionárias."

 

    

LN Comunicação

Lucia Nunes - 11 99968.4105

LUCIANUNES@LNCOMUNICACAO.COM.BR

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