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As exportações de sucata ferrosa iniciaram 2025 com queda

Para o Inesfa, a menor geração da matéria-prima e da demanda no mercado interno indicam um cenário de retração da economia brasileira


As exportações de sucata ferrosa, insumo usado na fabricação de aço, iniciaram 2025 com queda. Foram vendidas no exterior em janeiro deste ano 59.323 toneladas, retração de 23% em relação às 77.504 toneladas de janeiro de 2024, conforme dados divulgados pelo Ministério da Economia, Secex. Em 2024, as exportações já haviam registrado desaceleração, com total de 690 mil toneladas, menos 13,7% em relação ao volume recorde de 2023, quando chegaram a 800 mil toneladas.

Apesar da redução, o volume de exportações em janeiro surpreendeu positivamente o Instituto Nacional da Reciclagem (Inesfa), órgão de classe que representa mais de 5,5 mil empresas recicladoras que praticam a economia circular, reinserindo insumos no ciclo da reciclagem para transformação. “Com a queda do dólar e mercado internacional ainda morno, a nossa expectativa era de um número ainda menor”, afirma Clineu Alvarenga, presidente do Inesfa. Alvarenga prevê novas quedas nas exportações, caso o dólar continue se desvalorizando, como nas últimas semanas. 

Os menores volumes de exportações não estão sendo compensados pelo incremento do consumo de sucata de ferrosa no mercado interno, o que demonstra a desaceleração da economia. A diminuição da geração de sucata e o achatamento na margem dos recicladores são outros fatos que vêm deixando apreensivo o setor”, diz Alvarenga.  

Para o presidente do Inesfa, a taxação sobre importações de aço imposta pelo governo norte-americano deverá ter pouco impacto no mercado de sucata ferrosa. Segundo ele, as siderúrgicas mais afetadas são as de alto forno, que utilizam principalmente o minério de ferro como matéria-prima e não a sucata.

Consulta Pública sobre MTR

O Inesfa está participando da Consulta Pública do Ministério do Meio Ambiente para revisar a Portaria nº 280, de 29 de junho de 2020, que trata do regramento do módulo Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR) Nacional. O Inesfa fará sugestões ao MMA por meio de seus advogados.  

“O MTR deveria ser focado apenas nos resíduos destinados aos aterros e lixões, que não emitem Nota Fiscal, o que não é o caso de materiais reciclados. O MTR, se exigido dos recicladores, onera as empresas com a obrigatoriedade desnecessária na geração de mais documentos”, afirma Alvarenga.

Economia Circular

O Inesfa foi a única associação do setor de reciclagem a ser convocada pelo Governo Federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços - MDIC, para participar do Fórum Nacional de Economia Circular, cuja primeira reunião acontece nesta sexta-feira, dia 14 de fevereiro. Ao todo, a previsão é que ocorram três encontros, antes da COP30, que será realizada no mês de novembro, em Belém (Pará).

“O fórum pode ser visto como uma preparação para a COP30, quando o Brasil terá a oportunidade de mostrar ao mundo seu compromisso com uma das etapas essenciais na preservação do planeta, ou seja, a reciclagem e a economia circular. Incentivar a reciclagem é essencial ao meio ambiente e na redução das emissões de CO2”, diz Alvarenga.


Contatos da assessoria

Mauro Arbex -  - mauroarbex@letrasefatos.com.br

Marcelo Soderi - marcelosoderi1966@gmail.com

Fernando Poyares -   fampoyares@gmail.com

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