CEOs compartilham desafios e oportunidades para a indústria alemã no Brasil
Revista Fator Brasil -
Câmara Brasil-Alemanha e PwC apresentam resultados de pesquisa com foco nas empresas alemãs com painel de discussão entre CEOs.
Otimismo cauteloso, parcerias para inovação e foco em oportunidades. Essas foram algumas das principais mensagens extraídas do evento Perspectivas 2025: Visão da Indústria Alemã, promovido no dia 13 de março (quinta-feira) pela Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK São Paulo) com o patrocínio da empresa Deutsche Telekom.
Reunindo 110 participantes, o evento apresentou de forma inédita os resultados da 28ª CEO Survey, pesquisa realizada pela PwC. A partir de um recorte específico das respostas das empresas associadas à Câmara, foram discutidas as perspectivas das companhias alemãs no Brasil para 2025, bem como as tendências que CEOs e Presidentes apontam como essenciais nos próximos anos.
O recorte traz insights relevantes sobre a economia brasileira, visto que as empresas alemãs representam uma importante parcela do setor industrial. A AHK São Paulo reúne 800 empresas associadas, que juntas representam cerca de 10% do PIB industrial brasileiro e empregam diretamente mais de 250 mil pessoas.
Durante o evento de apresentação dos resultados, Paulo Alvarenga, Presidente da AHK São Paulo e CEO da thyssenkrupp para América do Sul, foi o responsável pela abertura do evento. “Estamos vivendo um momento de destaque para o Brasil. Em 2024, realçamos a atuação da indústria alemã no Brasil durante o B20; este ano, seguiremos demonstrando a força de nossas empresas juntas no âmbito da COP30. Certamente, os resultados que apresentaremos aqui serão norteadores para nossas atividades”, disse Alvarenga, reforçando a importância do evento e o impacto positivo que a indústria e a economia alemã têm no Brasil.
Geovani Fagunde, Sócio da PwC, e Marcelo Cioffi, Sócio Líder de Markets na PwC, apresentaram os resultados da CEO Survey com foco no recorte para as empresas alemãs no Brasil e a comparação com os resultados globais anteriormente apresentados no Fórum Mundial de Davos.
Cioffi destacou as expectativas positivas e novas ameaças, que surgem no cenário global. Neste contexto, a reinvenção estratégica se mostrou uma pauta importante. Antes impermeáveis, as fronteiras setoriais vêm sofrendo uma reconfiguração crescente: 33% dos CEOs das empresas que compõem o ecossistema de negócios Brasil-Alemanha afirmam que suas empresas já começaram a competir em pelo menos um novo setor da economia nos últimos cinco anos.
Cioffi reforçou também a necessidade de buscar novas bases de clientes, investir em inovação e fazer parcerias. —A simbiose entre empresas é um grande investimento em inovação, pois a colaboração permite explorar a capacidade de olhar além e criar novas soluções—.
Outro ponto de destaque no levantamento foi a necessidade de investimentos em questões climáticas. —Cerca de 30% das empresas alemãs afirmaram que o investimento climático não gerou um aumento de custo. Ou seja, vale a pena investir em temas climáticos, seja para se diferenciar ou para se proteger— reforçou Cioffi.
28ª CEO Survey — A pesquisa ouviu mais de 4.700 CEOs de mais de 100 países, incluindo o Brasil, entre outubro e dezembro de 2024. A PwC, que atua em 151 países e está há mais de 100 anos no Brasil, realiza a pesquisa anualmente para captar as perspectivas, preocupações e prioridades dos líderes empresariais ao redor do mundo.
Com a influência alemã no seu DNA industrial, o Brasil trilha o seu próprio caminho em relação as perspectivas de negócios para este ano: 73% dos líderes brasileiros acreditam na aceleração do crescimento da economia do País nos próximos 12 meses. Por outro lado, fatores como instabilidade macroeconômica e riscos cibernéticos são vistos como algumas das principais ameaças à frente.
Apesar dos desafios e do cenário global de tensões geopolíticas e comerciais, 68% dos CEOs no Brasil esperam que o crescimento da economia global se acelere nos próximos 12 meses. O resultado significa um forte aumento em relação aos 36% da pesquisa de 2024 e aos 17% de 2023.
Nas projeções relativas ao desempenho das suas empresas, 50% dos CEOs do País acreditam no crescimento das companhias em 2025 e 54% fazem essa projeção para os próximos três anos.
No campo das preocupações, 30% dos líderes consideram a falta de mão de obra qualificada a principal ameaça de perdas financeiras nos próximos 12 meses, seguida de instabilidade macroeconômica (27%), riscos cibernéticos (26%), inflação (24%) e disrupção tecnológica (21%).
Em relação ao futuro, os líderes indicam as maiores prioridades nos próximos três anos para integrar a IA (incluindo a generativa). As duas principais são a integração a plataformas tecnológicas (69% no Brasil e 47% no mundo) e processos de negócios e fluxos de trabalho (56% no Brasil e 41% no mundo). A integração à força de trabalho e competências foi citada por 46% no Brasil e 31% no mundo. Menos CEOs planejam usar a tecnologia para desenvolver novos produtos e serviços (42% no Brasil e 30% no mundo) ou reformular a estratégia do core business (33% no Brasil e 24% no mundo).