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A lata de alumínio é uma alternativa prática, escalável e alinhada aos princípios da circularidade

Seu diferencial começa no material, uma vez que o alumínio pode ser reciclado muitas vezes sem perda significativa de qualidade, mantendo seu valor


Por Tamires Silvestre

No mês em que se celebra o Dia da Terra, cresce a atenção para modelos produtivos mais sustentáveis. Diante de metas globais de redução de emissões, uso eficiente de recursos e avanços em políticas públicas, a lata de alumínio se apresenta como uma alternativa prática, escalável e alinhada aos princípios da circularidade.

Seu diferencial começa no material, uma vez que o alumínio pode ser reciclado muitas vezes sem perda significativa de qualidade, mantendo seu valor de mercado. Segundo o International Aluminium Institute, reciclar alumínio consome apenas 5% da energia necessária para produzir o metal primário e evita cerca de 95% das emissões associadas à sua produção inicial. Isso torna o alumínio um dos materiais mais eficientes do ponto de vista energético e climático.

O Brasil é um exemplo emblemático desse potencial. Há mais de 15 anos, o país mantém taxas de reciclagem de latas acima de 95%. Esse índice não apenas reduz a pressão sobre os aterros sanitários, mas também movimenta uma cadeia socioeconômica robusta, que inclui milhares de profissionais envolvidos na reciclagem.

Além da reciclabilidade, o ecodesign tem desempenhado um papel essencial na evolução dessa embalagem. Inovações em engenharia de material têm permitido reduzir significativamente a quantidade de alumínio por unidade, mantendo performance estrutural e segurança alimentar. Só em 2024, segundo relatório anual do setor, mais de 6 mil toneladas de alumínio foram economizadas globalmente com soluções de lightweighting – tecnologias que otimizam o uso do metal sem comprometer a funcionalidade do produto.

Outro diferencial estratégico é o uso crescente de energia renovável na produção das latas. No Brasil, por exemplo, todas as operações da Ball já utilizam 100% de eletricidade de fonte renovável – seis anos antes da meta global estabelecida. Essa conquista contribui diretamente para a redução das emissões e fortalece o compromisso com uma cadeia de valor de baixo carbono, essencial para atender às exigências dos mercados consumidores e investidores.

Há ainda uma vantagem frequentemente subestimada: a contribuição da lata de alumínio para a eficiência energética em toda a cadeia de suprimentos. Embalagens mais leves e resistentes como a lata reduzem o consumo de combustível no transporte, otimizam o armazenamento e agilizam processos logísticos. Em sistemas modernos de envase e refrigeração, por exemplo, a troca térmica mais rápida do alumínio possibilita menor uso de energia para resfriamento, especialmente em bebidas. Em um mundo onde cada quilowatt conta, essa eficiência operacional se traduz em impactos reais, tanto econômicos quanto ambientais.

Não se trata apenas de eficiência na produção, mas de eficiência sistêmica. O material certo, no formato adequado e com rastreabilidade confiável tem o poder de transformar o desempenho energético de toda uma cadeia. E a lata de alumínio, por suas propriedades físicas e seu histórico de circularidade, ocupa um lugar de destaque nesse movimento.

Nenhuma dessas conquistas, no entanto, se sustenta sem marcos regulatórios consistentes. O Brasil foi pioneiro ao instituir a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em 2010, criando um arcabouço legal que valoriza a responsabilidade compartilhada e incentiva a gestão eficiente dos resíduos. A PNRS tem promovido importantes avanços ao longo dos anos, especialmente no estímulo à logística reversa e ao reaproveitamento de materiais. Ferramentas como a definição de metas por tipo de material e os mecanismos de rastreabilidade contribuem para fortalecer esse sistema, assegurando que toda a cadeia, da produção ao pós-consumo, esteja alinhada com objetivos ambientais bem definidos.

É nesse contexto que a lata de alumínio se alinha, de forma natural, aos princípios da economia circular. Reciclável, leve, valorizada e segura, ela representa um modelo de eficiência no uso de recursos. Além de suas características intrínsecas, está inserida em uma cadeia em que o avanço de temas como inclusão social, inovação tecnológica e rastreabilidade essenciais é essencial para o fortalecimento de uma economia mais sustentável.

A lata de alumínio não é apenas uma solução do presente. Ela é um exemplo de como o design inteligente, aliado à responsabilidade compartilhada, pode acelerar a transição para uma economia mais circular, inclusiva e resiliente ao clima.

Tamires Silvestre é Diretora de Sustentabilidade da Ball para a América do Sul

Daniela Martins (daniela.martins@edelman.com)    

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