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Mercedes-Benz indica que não há previsão de compras no 2º trimestre tanto para o segmento urbano quanto rodoviário

Walter Barbosa, diretor de vendas e marketing de ônibus da M-B, analisa o mercado de ônibus diante da crise do coronavírus


SUELI REIS, AB

A Mercedes-Benz estima que as vendas de ônibus podem ter queda de 35% em 2020 ao compará-las com sua projeção feita no início do ano e quando previa algo em torno de 20 mil a 21 mil unidades. Este volume era semelhante ao de 2019, quando o mercado brasileiro emplacou pouco mais de 20,7 mil ônibus, o que representou um crescimento de 12% sobre o ano anterior. O segmento de transporte de passageiros é um dos mais impactados com a crise causada pela pandemia do novo coronavírus.

Segundo o diretor de vendas e marketing de ônibus, Walter Barbosa, com o cenário atual, é difícil prever o que vai acontecer com o mercado e a expectativa de que as vendas recuem 35% neste ano considera uma retomada dos negócios a partir do início do terceiro trimestre.

“É difícil precisar qualquer projeção neste momento, porque precisa antes enxergar o fim da pandemia. Esse índice [-35%] seria algo mais factível este ano, infelizmente, com volume entre 13 mil e 14 mil ônibus, mas isso se o mercado retomar entre o fim de julho e início de agosto, se não acontecer [essa retomada], não vamos alcançar esse número”, afirma Walter Barbosa, diretor de vendas e marketing de ônibus.

Os resultados do desempenho do setor no primeiro trimestre dão o tom do cenário: as vendas totais de ônibus no Brasil recuaram 21% na comparação com igual período do ano passado, passando de 4,6 mil para 3,6 mil unidades. As vendas da Mercedes consequentemente também caíram, no patamar de 10%, ao registrar 2,07 mil unidades contra os 2,31 mil ônibus emplacados no 1º trimestre de 2019. Por outro lado, a empresa registrou maior participação de mercado no período, que passou de 50% para 57%.

O executivo conta que antes da pandemia, a Mercedes-Benz contava com a encomenda de grandes clientes que já tinham se programado para este ano, com um total de pelo menos 300 ônibus. Como a crise afetou fortemente o transporte de passageiros, o setor deverá perder pelo menos três meses de negócios.

“As compras pelos operadores estão temporariamente suspensas, não há previsão de compra para o segundo trimestre tanto para clientes do urbano quanto do rodoviário”, revela Barbosa.

Barbosa reforça que a fábrica de São Bernardo do Campo (SP), onde são fabricados os veículos comerciais da marca retoma suas atividades na segunda-feira, 4 de maio. Nesta primeira semana, 2 mil funcionários retornam para reiniciar a linha de montagem de caminhões. Na semana seguinte, mais 2 mil pessoas também voltam ao trabalho e retomam as operações da linha de ônibus.

“Evidente que a produção precisa ser ajustada e já estamos fazendo isso, a pandemia impactou pouco no primeiro trimestre, mas vai afetar muito no segundo trimestre. O mercado deve ter uma redução em torno de 35% dos volumes, então, a indústria vai se preparar para isso”, avaliou.

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