Queda generalizada da produção e das vendas de veículos comerciais pesado
Automotive Business -
Consultoria Power Systems Research analisa os mercados de caminhões, ônibus, máquinas agrícolas e de construção
SUELI REIS, AB
A queda generalizada da produção e das vendas de veículos comerciais pesados, (caminhões e ônibus) e também de máquinas agrícolas e de construção deve perdurar ao longo de todo este ano e os segmentos só devem registrar índices positivos de recuperação em 2021. A conclusão é do consultor Carlos Briganti, da consultoria Power Systems Research, que analisou os cenários para estes mercados.
Os números mostram que em 2021 a produção de caminhões e ônibus pode atingir as 133 mil unidades, uma alta de 53% sobre as 87 mil unidades previstas para este ano, o que representaria uma queda de 38% sobre as 140 mil de 2019.
Por sua vez, as vendas podem ficar em 76 mil veículos comerciais este ano, volume 35% menor que os 140 mil caminhões e ônibus emplacados em 2019. Em 2021, a expectativa é de que as vendas do segmento pesado possam voltar a 133 mil unidades.
Para este ano, a PSR estima uma queda de 5% no PIB do Brasil, impactado principalmente pela grave crise econômica, política e da saúde gerada pela Covid-19. A recessão global, também intensificada pela pandemia do novo coronavírus, vai afetar duramente as exportações.
No geral, a projeção indica que em 2021 o mercado brasileiro de veículos comerciais pode demonstrar reação, com chances de voltar a níveis semelhantes ao de 2019.
No mercado de máquinas agrícolas, a expectativa de que o agronegócio mantenha a produtividade e o crescimento gera quedas menores nas vendas do segmento. Para 2020, é prevista retração de 15% na produção e de 13% nas vendas, para 51 mil e 48 mil unidades, respectivamente. A consultoria aponta que também neste segmento a recessão global vai prejudicar as exportações.
Seria o segundo ano consecutivo de queda nas vendas de máquinas agrícolas, uma vez que o volume de 2019 foi impactado pelos problemas de falta de crédito para o setor. No entanto, 2021 pode ser a virada, com estimativa de crescimento das vendas em 19%, para 57 mil unidades, e com uma produção de 62 mil máquinas, representando alta de 21,5%.
O setor de máquinas e equipamentos de construção, que ensaiava uma recuperação no início de 2020, deve agora registrar volumes de vendas 22% menores do que 2019, com pouco mais de 14 mil unidades. Com isso, a produção pode não passar das 20 mil máquinas, representando queda de 23%.
Para 2021, o cenário reverte, segundo a projeção da PSR, podendo chegar a uma produção de 24 mil unidades, indicando crescimento de 20%, com vendas a 18 mil e alta de 28,5%. O cenário pode depender de investimentos maciços em infraestrutura, o que não está claro se isso se dará no ano que vem.