A Adefa, associação que reúne os fabricantes de veículos na Argentina, reportou que em abril nenhum carro ou caminhão foi produzido no país, como resultado da paralisação de todas as fábricas desde 20 de março em medida decretada pelo governo para conter a pandemia de coronavírus.

Com quase todas as operações paradas, o setor ainda conseguiu concretizar no fim do mês, quando as atividades de comércio exterior foram retomadas, a exportação marginal de 2.386 unidades, o que representou queda de 83% sobre março e de 88,4% na comparação com abril de 2019. O mesmo volume marginal foi registrado nas vendas no atacado: as montadoras faturaram 7.512 veículos aos concessionários, em retração de 60% ante o mês anterior de 73,6% ante igual intervalo do ano passado.

O indústria automotiva argentina já vinha sendo duramente afetada há dois anos e meio pela crise econômica que perdura no país. Com a chegada da pandemia e as medidas de quarentena o quadro se agravou.
No acumulado de janeiro a abril foram produzidos apenas 66 mil veículos, em retração de 38,3% na comparação com o mesmo período de 2019. As exportações também vêm caindo e acumulam baixa de 37% nos primeiros quatro meses de 2020, com 43 mil unidades exportadas. As vendas somadas de 79,3 mil veículos aos concessionários representam queda anual de 35%.

Gabriel López, presidente da Adefa, afirmou em comunicado que a associação trabalha com o governo para formular medidas que possam promover a sobrevivência da cadeia de valor do setor no país. “Dado o perfil exportador da indústria automotiva, é muito importante a possibilidade de voltar a produzir para exportar”, destacou.