Empresa oferece serviço de assistência veicular sem a necessidade de seguro

Iniciativa é da empresa Destrave, que propõem assistência por meio de uma assinatura mensal


Estima-se que 35 milhões de carros circulem pelas ruas e estradas do Brasil sem acesso aos serviços básicos de assistência veicular. Isso ocorre porque, conforme dados de 2019 da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais (CNSEG), cerca de 70% da frota de veículos particulares do país não possuem seguro e, assim, não contam com socorro em situações corriqueiras. Mas isso pode mudar, pois uma empresa recém-lançada em São Paulo-SP promete subverter essa lógica, oferecendo diversos serviços de assistência por meio de uma única assinatura mensal e sem a necessidade de um seguro.

Preparada para atender de forma personalizada e 100% digital (incluindo o WhatsApp, além do tradicional telefone), a Destrave chega com a ambiciosa proposta de revolucionar o setor de assistência veicular no país, separando os serviços corriqueiros dos sinistros (acidentes ou prejuízo material). Dessa forma, por pouco mais de R$ 20 por mês pagos em forma de uma assinatura – que pode ser cancelada a qualquer momento também de forma digital – o assinante tem acesso a serviços como guincho, chaveiro, troca de pneu, carga de bateria e táxi para o caso de o veículo ficar na oficina, entre outros.

Oferecendo uma rede de mais de 18 mil prestadores de serviços em todo o Brasil, a mesma que atende as principais seguradoras do país, a empresa busca se destacar no setor por tornar acessíveis a um número maior de pessoas os serviços até então inacessíveis devido ao alto custo do seguro. Para isso, tem como principal foco os carros com mais de cinco anos de uso, os mais sujeitos a uma séria distorção do setor: quanto mais antigo o carro, mais caro é o seguro proporcionalmente ao seu valor de mercado.

Valor do carro X custo do seguro

Para cada carro novo emplacado no Brasil, são vendidos quatro veículos seminovos ou usados, conforme a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Além disso, a idade média da frota de automóveis de passeio no país é superior a nove anos, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças). Serviços online de cotação de seguros mostram, a partir desses dados, que o custo do seguro para um carro usado dificilmente é menor do que 10% de seu valor de mercado.

O preço do seguro não é, no entanto, o único custo envolvido nessa equação, sendo que a franquia para acionamento em casos colisão pode variar entre R$ 1,5 mil e R$ 2,5 mil. Para Marcelo Barp, cofundador e diretor geral da Destrave, os segurados não acionam o seguro em grande parte das ocorrências porque o conserto fica mais barato do que a franquia. “Dados internos do setor mostram que a frequência de utilização dos serviços de assistência é até oito vezes maior do que o acionamento do seguro por colisões sérias, com pagamento de franquia, o que demonstra que o condutor brasileiro paga muito caro para usar, na imensa maioria dos casos, somente a assistência veicular”, afirma.

Assinatura para o seu carro?

Em meio a um crescimento robusto dos serviços por assinatura e recorrência no Brasil – quase 170% entre 2014 e 2019, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) –, a Destrave chega ao mercado oferecendo assistência veicular por meio de uma assinatura mensal, num modelo semelhante aos populares serviços de streaming de filmes, séries e músicas. Para isso, o cofundador e diretor de marketing Estevão Rizzo aponta como principais pilares do negócio a extrema simplicidade na contratação e cancelamento da assinatura, a transparência total na prestação dos serviços e o valor acessível para viabilizar a assistência a qualquer veículo.

Estevão enfatiza, no entanto, a total diferença entre um seguro convencional e os serviços oferecidos pela empresa, não cobrindo sinistros ou custos com peças, consertos e outras perdas materiais. “Além disso, o que torna a assinatura tão acessível é o fato de não utilizarmos corretores, bancos ou qualquer tipo de intermediários. Somos movidos justamente pelo desejo de desburocratizar, simplificar, melhorar e oferecer serviços que sempre existiram, mas estavam fora do alcance da maioria dos brasileiros devido à burocracia e aos altos custos de taxas e comissões”, completa.

 

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