Mercado automotivo de veículos leves segue fraco durante pandemia

Apesar do crescimento de maio em relação ao mês de abril, houve queda de 76% em relação ao mesmo mês de 2019


JOEL LEITE, AUTOINFORME (COM REDAÇÃO AB)

As vendas de veículos leves em maio permaneceram sufocadas pela pandemia de coronavírus que fechou concessionárias e deflagrou a maior crise de confiança que se tem notícia. No mês foram emplacados 56.618 carros e comerciais leves, o que representa crescimento de 10,2% em relação a abril (51.362), mas queda de 75,8% em relação a maio de 2019, quando foram licenciados 234.173 zero-quilômetro, quase cinco vezes mais do que o nível atual do mercado. Os números foram obtidos pela Autoinforme

 

A média de emplacamentos permanece abaixo das 3 mil unidades/dia – calculando 20 dias úteis em maio, uma vez que os feriados antecipados pela Prefeitura de São Paulo e pelo governo paulista nos dias 20, 21 e 25 não afetaram os números. O Estado representa quase 30% das vendas de veículos no País, mas as concessionárias seguiram fechadas no mês todo, com negócios feitos somente via on-line, e o Detran estadual continua paralisado, realizando poucos emplacamentos.

Por causa do fechamento dos Detrans em vários estados, o volume de emplacamentos não representa a quantidade real de vendas, alguns especialistas apontam que podem ser até 30% maiores do que os licenciamentos registrados. Ainda assim, mesmo se todas os veículos vendidos fossem emplacados, o mercado seguiria deprimido no nível mais baixo dos últimos 50 anos.

O tamanho real do mercado pós-quarentena só será de fato conhecido a partir da reabertura das concessionárias e dos Detrans. Com os números fechados até maio, a retração anual vai se aprofundando após dois meses de forte recessão no setor. No acumulado de janeiro a maio foram emplacados 640,5 mil automóveis e comerciais leves no País, o que representa queda de 38% na comparação com o mesmo período do ao passado, quando as vendas já tinham ultrapassado a marca de 1 milhão de unidades (1,03 milhão).

RANKING EMBOLA, MAS GM SEGUE À FRENTE

A GM conseguiu sustentar em maio sua liderança do mercado brasileiro de veículos leves, com 9.968 unidades emplacadas e 17,6% de participação. Para o segundo lugar subiu a Fiat, que vendeu 8.773 unidades, com 15,5% de participação, superando com uma diferença muito pequena a Volkswagen, que fechou o mês com 8.696 carros vendidos e 15,4%.

A Toyota ficou na quarta colocação, com 4.647 unidades (8,2%), seguida pela Hyundai em quinto (4.523 e 8%) e em sexto lugar ficou a Renault (4.511). Completam a lista das dez marcas mais vendidas Ford (4.421), Jeep (2.577), Honda (2.433) e Nissan (1.612).

Para se ter ideia do tamanho da recessão, somente dois carros, Chevrolet Onix e Hyundai HB20, venderam mais de 2 mil unidades em maio. Foram registrados 3.296 emplacamentos do Onix e 2.218 do HB20.

A Fiat Strada foi o modelo que mais se aproximou dos líderes, ficou em terceiro lugar no ranking com 1.983 unidades vendidas e liderou a lista das picapes (mesmo às vésperas da chegada da nova geração do modelo ao mercado). Além da Strada, outra picape Fiat, a Toro, também integrou a lista dos dez mais vendidos no mês, ficou em oitavo lugar, com 1.662 emplacamentos. Toyota Hilux (1.444), Ford Ranger (1.400) e Chevrolet S10 (1.266) também venderam acima de mil unidades.

Vale destacar a boa presença do Kwid no ranking de maio, o carro da Renault vendeu 1.818 unidades e foi o quarto mais vendido. Fiat Argo, Ford Ka, Chevrolet Onix Plus e os Volkswagen Gol e Polo completam a lista dos dez mais. Destaque também para o recém-lançado Chevrolet Tracker, da GM, 11º colocado com 1.564 licenciamentos no mês.
 

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