Pandemia provoca reversão das expectativas da Bosch no Brasil e América Latina

Faturamento do primeiro quadrimestre registra queda em relação a 2019


REDAÇÃO AB

Após iniciar o ano com crescimento e perspectivas de superar o resultado de 2019, a pandemia de coronavírus já provocou reversão das expectativas da Bosch no Brasil e América Latina. Sem mencionar valores nem novas previsões, a empresa divulgou na terça-feira, 2, que o faturamento na região no primeiro quadrimestre de 2020 já registra queda em relação ao mesmo período do ano passado.

Besaliel Botelho, presidente da Robert Bosch América Latina, afirmou em nota que diante dos desafios atuais “o objetivo é buscar ao menos um resultado equilibrado para o grupo na região”. Segundo o executivo, o foco agora será garantir a liquidez do caixa e a sustentabilidade dos negócios, com manutenção dos empregos até onde for possível.

Após adotar férias coletivas na maioria de suas 14 unidade no País até o fim de abril, a Bosch aderiu às normas emergenciais da Medida Provisória 936, que permite a redução de jornada de trabalho e salário e a suspensão de contratos de trabalho, com o afastamento de parte dos funcionários por dois meses (maio e junho). As fábricas brasileiras operam parcialmente desde 4 de maio, com redução de 25% na jornada e diminuições salariais.

“Estamos vivendo uma crise sem precedentes que, apesar de ser uma questão de origem sanitária e não de mercado, tem impactado fortemente os negócios da empresa na região. A partir de agora, teremos um novo normal que exigirá a revisão de alguns conceitos mercadológicos por todos os setores industriais, especialmente o automotivo”, comentou Botelho.

No balanço do ano fiscal de 2019 divulgado esta semana, as vendas do Grupo Bosch na América Latina somaram R$ 6,5 bilhões, praticamente o mesmo valor de 2018. Perto de 80% (R$ 5,2 bilhões) do resultado foi apurado no Brasil, onde a empresa tem a maioria dos clientes na região, quase 8 mil empregados e obteve 27% do faturamento gerados com exportações para mercados latino -americanos, da América do Norte e Europa.

“Mesmo com todos os desafios econômicos, políticos e sociais que vivenciamos na América Latina no último ano, conseguimos manter as nossas vendas no mesmo patamar de 2018. Com certeza, a nossa ampla diversidade de negócios nos setores da mobilidade, bens de consumo, industrial, energia, tecnologia predial, agronegócios e mineração contribuíram para esse resultado”, ressaltou Botelho. “Acreditamos que a digitalização, a conectividade e o big data são a base futura dos novos modelos de negócios. As nossas soluções e serviços seguem essa tendência e atendem às necessidades do mercado local, gerando oportunidades de crescimento na região”, completou.
 

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