Dados da produção de motos em maio

Desempenho mensal regrediu para a metade dos anos 1980 e acumulado dos cinco meses é o pior desde 2000


REDAÇÃO AB

A produção de motos em maio somou apenas 14,6 mil unidades em Manaus (AM), volume mensal semelhante àqueles registrados no meio dos anos 1980, quando havia apenas quatro fábricas locais (Agrale, Honda, Yamaha e Vespa).

Em relação a abril, quando as maiores empresas estavam paradas, houve alta de mais de 800%, mas o confronto com maio de 2019 indica queda de 85,5%. Os números foram divulgados pela Abraciclo, entidade que reúne os fabricantes de duas rodas em Manaus (AM).

O fraco resultado em maio também se explica pelo fato de a Honda (que detém 79% do mercado) ter retomado sua produção só no dia 25 daquele mês. No acumulado dos cinco meses, as montadoras fabricaram 313,7 mil motocicletas, o pior resultado para o período em 20 anos.

“Na última semana de maio, a volta das atividades fabris chegou a 80%. Os dados do mês refletem uma retomada gradual do setor e apontam para tendência de uma nova melhora no comparativo mensal em junho”, afirma o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian.

VENDAS NO ATACADO CAEM 34,1%

Em maio as fábricas repassaram para as concessionárias 18,3 mil motos, total 255% maior que o de abril, mas 80,8% mais baixo pela comparação interanual. O acumulado dos cinco meses teve 300,9 mil unidades entregues à rede, 34,1% a menos do que em iguais meses do ano passado.

EXPORTAÇÕES RECUAM QUASE 60%

As medidas de segurança relacionadas à pandemia de Covid-19 resultaram em um volume de exportações ainda mais baixo em maio, com apenas 236 motocicletas, cerca de metade dos embarques de abril, que também foi bastante ruim. A comparação com maio de 2019 resulta em queda de 93%. O acumulado do ano teve menos de 7,5 mil motos exportadas, recuo de 57,3% ante iguais meses de 2019.

MERCADO INTERNO ACUMULA QUEDA DE 32,4%

Os emplacamentos em maio ficaram abaixo das 30 mil motos, resultando em queda de mais de 70% na comparação com maio do ano passado. O acumulado do ano teve 304,3 mil licenciamentos, 32,4% a menos que em iguais meses do ano passado.

“É importante destacar que, por causa da paralisação dos Detrans de diversas cidades, existe um volume de motocicletas vendidas que ainda não foi emplacado”, ressalta o presidente da Abraciclo.

Outro ponto que prejudicou os números de maio foi o desabastecimento parcial das concessionárias e a falta de modelos com cilindrada até 250 cc, segundo informações da Fenabrave, entidade que reúne as associações de concessionários.

Agora em junho, com a retomada da produção, reabastecimento da rede e flexibilização da quarentena em alguns Estados, certamente haverá números melhores. A primeira semana do mês teve média diária de emplacamentos acima de 1,6 mil motos, 10,7% a mais que em maio.

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