PEDRO KUTNEY, AB

Com a necessidade de segurança sanitária potencializada pela pandemia de coronavírus, a Ecoquest vai começar a explorar o crescente mercado de desinfecção de veículos, com a importação dos dispositivos portáteis Fresh Air Mobile produzidos pela americana Aerus. Conectado a uma tomada de 12 volts de qualquer carro, o dispositivo é capaz de fazer a descontaminação completa do ar e de todas as superfícies da cabine durante todo o tempo que fica ligado, com a irradiação permanente de peróxido de hidrogênio (H2O2) que elimina 99,99% de fungos, bactérias e vírus do ambiente, de acordo com testes realizados pela FDA, agência de regulação de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos.

Frederico Paranhos, diretor executivo da Ecoquest, garante que a irradiação de H2O2 no ar é o método de descontaminação biológica de ambientes mais eficiente. A principal vantagem é a atuação permanente do dispositivo de ionização catalítica radiante e sem qualquer toxicidade, pois a concentração de peróxido de hidrogênio exalada pelo aparelho da Aerus é muito baixa e inócua para as pessoas. Outros métodos como oxi-sanitização (com ozônio) ou aplicação de produtos químicos podem ser tóxicos e têm ação limitada, logo após feita a desinfecção a cabine do veículo fica exposta a nova contaminação.

INTERESSE CRESCENTE EM DESCONTAMINAÇÃO DE VEÍCULOS

Segundo Paranhos, a tecnologia de descontaminação por irradiação de H2O2 encontrou interesse imediato no Brasil entre fabricantes veículos, concessionários e distribuidores de peças e acessórios. “A receptividade é bem grande porque depois da pandemia todos querem se proteger. Estamos em negociação com cerca de 30 clientes”, revela. Entre eles estão distribuidores de peças e seis montadoras que pensam em vender o Fresh Air Mobile como assessório na rede de concessionárias, ou também colocar o dispositivo embarcado em seus carros, com instalação diretamente na linha de montagem.

No Brasil, a Mitsubishi já usa desde 2017 a tecnologia instalada diretamente no sistema do ar-condicionado do Pajero Full e negocia a ampliação da oferta. Paranhos afirma que a Ecoquest, representante exclusiva da Aerus no País e alguns mercados da América do Sul, tem condições de atender a demanda e fazer a importação em larga escala para montadoras interessadas.

Para o mercado de pós-venda, o primeiro lote importado do Fresh Air Mobile deve chegar para comercialização no País em cerca de três semanas, ao preço em torno de R$ 2 mil – nos Estados Unidos é vendido por US$ 299. Pouco maior que um smartphone, o aparelho tem um silencioso e minúsculo ventilador para induzir o ar ao catalisador fotoquímico interno que recombina moléculas e emite o H2O2 descontaminante, no processo chamado ionização catalítica radiante (RCI, na sigla em inglês). A irradiação do peróxido de hidrogênio no ambiente pode ser ajustada em três estágios de potência: para carros pequenos, grandes e até vans. Após 30 minutos de funcionamento, todo o ambiente a cabine estará desinfetado de fungos, bactérias e vírus. O dispositivo também elimina odores.

A confiabilidade da tecnologia RCI pode ser atestada por seu primeiro cliente. Originalmente, a Aerus desenvolveu o dispositivo para a Nasa, a agência espacial americana, que já aplicou a solução para controlar a contaminação no interior da Estação Espacial Internacional.

A Ecoquest foi fundada há 14 anos e atua principalmente no tratamento de sistemas de ar-condicionado de grande porte em hotéis, hospitais e shoppings, onde também instala dispositivos de desinfecção da Aerus. “O negócio de veículos é novo para nós, em 2013 trouxemos os primeiros aparelhos mas agora, com o temor causado pela Covid, o interesse aumentou”, resume Paranhos.