Nissan retoma atividades em um turno e com menos funcionários

Empresa anunciou o desligamento de 398 funcionários na fábrica de Resende (RJ)


REDAÇÃO AB

No primeiro anúncio oficial de demissões entre os fabricantes de veículos, a Nissan informou na segunda-feira, 22, que irá desligar 398 empregados na fábrica de Resende (RJ), que após três meses de paralisação volta a produzir esta semana com redução de dois para apenas um turno de trabalho. Segundo a direção da empresa, a decisão foi tomada diante da redução da demanda: o entendimento é que o mercado de veículos não irá voltar nem este ano ou no próximo aos níveis anteriores a março, portanto não há justificativa para manter o mesmo nível de emprego na planta.

“Visando adequar as suas operações em decorrência da pandemia de Covid-19 no Brasil, a Nissan precisou adotar novas medidas para garantir a sustentabilidade do seu negócio no País e garantir a travessia deste momento de adversidade. Em função das projeções de queda do mercado automotivo, empresa irá interromper um turno o Complexo Industrial de Resende. Uma parte da equipe será absorvida em outro turno. Infelizmente, a outra parte, composta por 398 funcionários, terá encerrado o seu contrato de trabalho”, informa a Nissan em comunicado.

Quando paralisou a produção no País, em 23 de março, a Nissan operava em dois turnos e empregava quase 2,5 mil pessoas em Resende, onde são fabricados o hatch March, o sedã Versa e o SUV Kicks. A partir de 22 de abril a empresa suspendeu por um mês – e depois estendeu o prazo para dois meses – os contratos de trabalho dos trabalhadores da planta com redução de salários, que passaram a ser parcialmente bancados com fundos do seguro desemprego, conforme as regras da Medida Provisória 936, editada pelo governo no início de abril para flexibilizar contratos de trabalho por até dois meses no período de crise.

“Depois de meses buscando garantir o emprego de toda a sua equipe com diferentes ações para minimizar o impacto da forte retração do mercado, analisando as soluções possíveis e estudando todas as projeções futuras, as medidas [agora adotadas] passaram a ser necessárias”, diz a nota.

Ao regressar da suspensão de dois meses dos contratos de trabalho, pelas regras da MP 936 os empregados têm estabilidade por período igual ao tempo de afastamento. A Nissan informa que irá arcar com a determinação legal com o pagamento integral de dois meses de salários das pessoas que estão sendo desligadas esta semana. A fabricante também informa que vai assegurar benefícios extras aos demitidos, como ampliação do plano de saúde para o funcionário e dependente e do vale alimentação.
 

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