Neo Rodas adiciona novas montadoras ao seu catálogo
Automotive Business -
Empresa passa a fornecer para o Grupo PSA, Renault do Brasil e Caoa Chery
PEDRO KUTNEY, AB
A inclusão de mais montadoras na carteira e o fechamento de contratos adicionais de fornecimento para os clientes já existentes vão compensar em boa medida a inevitável queda de vendas da Neo Rodas este ano. Após o impacto da pandemia de coronavírus, a fábrica de rodas de alumínio em Vinhedo (SP) vinha operando com jornada reduzida em maio e junho, mas a partir deste mês todos os 350 empregados voltaram a trabalhar em três turnos para atender o retorno da demanda dos clientes.
Em breve a Neo Rodas vai passar a atender novos clientes. No primeiro semestre a empresa fechou contratos de fornecimento com Grupo PSA (Peugeot e Citroën), Renault do Brasil e Caoa Chery – o Grupo Caoa já era cliente no fornecimento de rodas para o Hyundai ix35 montado em Anápolis (GO) e recentemente reconheceu a Neo Rodas como seu melhor fornecedor desta operação em 2019.
“Os produtos desses novos clientes encontram-se em desenvolvimento e farão parte do portfólio de produção da empresa entre o fim do segundo semestre de 2020 e o início de 2021”, informa o diretor de novos negócios Murillo Di Cicco. Ele destaca que, além dos contratos adicionais, a Neo Rodas também recebeu pedidos de aumento de volumes para algumas das montadoras já em carteira e conquistou o fornecimento para novos projetos – entre eles a nova geração da Fiat Strada lançada recentemente . Di Cicco lembra ainda que esse é um segmento bastante dinâmico, pois as renovações estéticas constantes dos veículos a cada ano incluem a adoção de rodas com novos desenhos.
FATORES DE EXPANSÃO
Di Cicco avalia que dois fatores deverão continuar a alimentar o crescimento do mercado de rodas de alumínio no País. O primeiro deles é a tendência do aumento do uso delas: segundo estudos internos da Neo Rodas, antes da pandemia a demanda por carros calçados com “liga leve” estava acima de 55% do total de veículos novos vendidos. Também está no horizonte a potencial aceleração da nacionalização do componente devido à expressiva alta do dólar, o que abre um mercado adicional calculado em 30% das rodas de alumínio instaladas nos veículos leves montados no Brasil, que hoje são importadas.
"Estamos avaliando como ficará o desempenho de 2020, em função de incertezas no mercado e nas montadoras, mas estimamos que o impacto da pandemia no nosso caso será em parte amortecido pelos novos negócios, devemos perder menos do que a média", estima Murillo Di Cicco.
O diretor reconhece que “a demanda ainda é inferior aos níveis ideais, mas com o viés positivo do retorno à produção com todo o efetivo esperamos retomar a trajetória de crescimento que vinha ocorrendo de forma sustentável desde o início das atividades da Neo Rodas” – a empresa começou a operar em Vinhedo em outubro de 2016, após a compra dos ativos da fábrica da Alujet.
Segundo Di Cicco, os investimentos na unidade foram mantidos e o principal deles está quase concluído: a nova planta de pintura automática, que deveria entrar em operação no primeiro semestre de 2020, mas devido ao impacto da pandemia foi reprogramada para o segundo semestre. A linha recebeu o maior aporte do ciclo aplicado de 2016 a 2020 superior a R$ 60 milhões em modernização e novos equipamentos para a fábrica. Além da automatização da pintura, também foram instaladas células automatizadas no parque de fundição e na usinagem. Atualmente as instalações em Vinhedo somam 31.000 m2 de área total, a capacidade produtiva é de 150 mil rodas/mês em três turnos.
A Neo Rodas destaca ainda que no fim de junho acumulou duas premiações de montadoras. Além do prêmio de fornecimento para o Grupo Caoa, a empresa recebeu o reconhecimento da General Motors Supplier Quality Excellence Award 2019.