Abeifa comenta sobre o pleito de redução do imposto de importação durante coletiva de imprensa

Importadoras indicam que redução de 35% para 20% ajudaria a manter o nível de vendas projetado para o ano


SUELI REIS, AB

As importadoras e fabricantes de veículos associadas à Abeifa ainda aguardam sinalização do governo federal sobre seu pleito de reduzir o imposto de importação de veículos dos atuais 35% para 20%, o que foi protocolado em abril na secretaria da República. Para o presidente da entidade, João Oliveira, a redução seria a forma mais eficaz de garantir que o setor de importados mantenha o nível de vendas previsto para 2020, na faixa de 57,8 mil veículos, entre importados e produzidos no Brasil, o que representaria uma queda de 15% sobre o resultado de 2019.

Segundo o executivo, a redução da alíquota não aumentaria o número de veículos vendidos neste ano. Na sua avaliação, indica que se o dólar continuar sem qualquer indício de redução e se nenhuma medida for tomada, a tendência é de que os volumes de vendas diminuam ainda mais.

“Caso não tenha a redução [do imposto de importação], cada marca associada vai precisar readequar a estrutura do seu negócio visando portfólio de produtos, preços e consequentemente, os empregos. Quem trabalha com veículos de maior volume certamente terá mais dificuldade do que as marcas mais premium”, afirma o presidente da Abeifa.

Oliveira explica que reduzir a alíquota não significa ônus para o governo, mas sim “uma defesa do nível de arrecadação, porque sem a redução do imposto, haverá um recolhimento de menos unidades”.

O presidente da Abeifa aponta ainda que se houver a redução para 20%, isso afetaria menos de 30% do total de veículos que são importados no Brasil. Segundo ele, mais de 70% das importações vêm de regiões nas quais o País já tem um tratamento tributário diferenciado, com acordos para tarifas menores, como México e países do Mercosul. Além disso, a redução para 20% é o menor nível permitido dentro dos acordos do bloco do Mercosul.

Atualmente, os veículos vendidos pelas 15 associadas da Abeifa representam 3% do total de automóveis que são emplacados no Brasil.

“Acredito que tem espaço para crescer e espaço para uma política mais liberal nas importações, que estão totalmente em linha com a agenda liberal do governo. É a oportunidade do governo de olhar para o nosso imposto de importação de forma mais estrutural e que isso possa contribuir para nossa indústria continuar prosperando e que os importadoras possam continuar cumprindo com o seu papel na vanguarda do balizamento de preços e referências em novas tecnologias”, defende o presidente da Abeifa.

A perspectiva da Abeifa aponta que a crise pode piorar, uma vez que todos os indicadores de PIB e câmbio se mantém em baixa. No entanto, o vice-presidente da entidade, Divanildo Albuquerque, diz que por ora, não há qualquer indicação por parte de nenhuma associada sobre questionamentos de sua permanência no mercado brasileiro, tanto para aquelas que só importam quanto para as que possuem fábrica no Brasil, caso da Caoa Chery, BWM, Land Rover e Suzuki.

“Nenhuma marca sinalizou qualquer questionamento, todas estão neste momento concentradas em encontrar soluções viáveis para continuar o negócio e as que produzem aqui tem um compromisso de longo prazo com o Brasil.”

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