Relatório da Abiquim indica redução na exportação de produtos químicos no primeiro semestre

Exportações somaram no período US$ 5,6 bilhões, redução de 11,7% em relação aos mesmos meses do ano anterior


As importações brasileiras de produtos químicos no primeiro semestre do ano totalizaram US$ 19,6 bilhões, redução de 4,1% em relação ao igual período de 2019. Em uma avaliação mensal, apesar da instabilidade econômica no primeiro bimestre e da calamidade pública deflagrada desde março com a pandemia da Covid-19, o valor importado foi superior a US$ 3 bilhões em todos os meses do primeiro semestre, dados do Relatório de Estatística do Comércio Exterior (RECE), da Associção Brasileira da Indústria Química (Abiquim).

As exportações brasileiras de produtos químicos, por sua vez, somaram no período US$ 5,6 bilhões, redução de 11,7% em relação aos mesmos meses do ano anterior, sendo que a redução da alíquota do Reintegra, em junho de 2018, dos anteriores 2% para ínfimos 0,1%, continua causando grande impacto no desempenho exportador do setor. Desde então, o patamar mensal de exportações se estagnou em US$ 1 bilhão; enquanto, anteriormente à medida, oscilava entre US$ 1,2 e US$ 1,4 bilhão mensais.

Em termos de quantidades transacionadas, as movimentações de produtos químicos foram recorde tanto com as importações de 22,9 milhões de toneladas quanto com as exportações de 7,7 milhões de toneladas, respectivamente aumentos de 11,6% e de 16,4% em relação aos maiores registros anteriores.

O déficit acumulado da balança comercial de produtos químicos atingiu US$ 14 bilhões no primeiro semestre deste ano, um modesto recuo de 0,7% comparado com o mesmo período de 2019. Nos últimos 12 meses (jul/19 a jun/20), mesmo com os graves desafios do enfrentamento da pandemia da Covid-19, esse indicador totalizou US$ 31,6 bilhões, montante somente inferior aos US$ 32 bilhões de 2013.

Para o presidente-executivo da Abiquim, Ciro Marino, é imperativo que as agendas de competitividade, com foco no curto prazo, e estruturantes, de médio e longo prazos, imediatamente ganhem velocidade para que o Brasil consiga superar os desafios impostos pela pandemia e viabilizar eficientemente a retomada segura da atividade econômica. — As políticas comerciais terão um papel central nesse momento em que várias economias, especialmente asiáticas, já apontam indicadores robustos de aceleração, com elevada disponibilidade de excedentes exportáveis. O sucesso do processo de retomada econômica nacional dependerá particularmente de uma abordagem técnica, pragmática, coesa e isenta em defesa comercial, disciplina com papel estratégico no sistema de garantias da segurança jurídica contra práticas desleais de comércio, às quais o País estará ainda mais exposto nessa ‘nova ordem global’ comercial, que já começa a ganhar contornos de como será o mundo pós-pandemia — destaca Marino.

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