Iochpe Maxion investe em inovação e tecnologia com programas da Embrapii

Maxion Wheels e Maxion Structural Components seguirão novos projetos dividindo custos com a instituição


PEDRO KUTNEY, AB

O grupo Iochpe Maxion encontrou nos programas da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) o caminho para continuar investindo em inovação e tecnologia em tempos de caixa limitado pela pandemia de coronavírus. Mesmo depois da intensificação da Covid-19 no País, as divisões de rodas Maxion Wheels e de componentes estruturais de chassis Maxion Structural Components seguiram com o desenvolvimento de novos projetos em que dividem os custos de desenvolvimento com a Embrapii e suas unidades, os ICTs, instituições científicas e tecnológicas, normalmente localizadas em universidades espalhadas pelo País.

As divisões do grupo já desenvolveram nos últimos quatro anos três projetos bem-sucedidos com a Embrapii, que financia com recursos públicos e sem reembolso um terço dos custos e o restante é dividido entre empresas e os ICTs. Agora, após a instalação da forte crise econômica na esteira da pandemia, o acesso aos programas subsidiados tornou-se fundamental para viabilizar as iniciativas de inovação da empresa.

Em junho a Iochpe Maxion intensificou a parceria com a realização do Embrapii Day, um encontro virtual entre gestores da empresa e representantes de 12 ICTs da rede Embrapii, que receberam 15 oportunidades de desenvolvimento de novos produtos e processos industriais, incluindo uso de materiais alternativos e adoção de sistemas da Indústria 4.0 nas fábricas do grupo. Após essa dinâmica, foram selecionadas 12 projetos de pesquisa, três para a Maxion Structural Components, três para a Maxion Wheels e seis para a divisão ferroviária. Este mês foram iniciados os processos de avaliação de cada projeto, para escolher os que têm mais chances de ir adiante.

"Além de reduzir custos, com a Embrapii nós construímos uma ponte sobre o chamado 'vale da morte da inovação', que fica entre as empresas e o meio acadêmico, onde muitos projetos morrem porque não têm como ser implantados dentro da indústria com alta escala de produção. Por meio dessa conexão conseguimos replicar o ambiente industrial para dentro dos ICTs e assim desenvolver projetos bem-sucedidos", explica Carlos Eduardo Lopes, diretor global de engenharia avançada da Maxion Wheels.
 

CUSTOS E RISCOS DILUÍDOS

“Claro que a crise reduziu nossa capacidade de investimento, mas por meio do acesso simples e desburocratizado aos programas da Embrapii conseguimos diluir custos e manter em execução parte dos nossos projetos”, explica Lopes. A primeira iniciativa nascida do Embrapii Day a ser avaliada pela Maxion Wheels será o uso de sensores para medir a pintura de rodas, com o objetivo de reduzir custos de material e retrabalho ou garantia em caso de produção com algum defeito.

Em uma parceria anterior, a Maxion Wheels desenvolveu uma roda híbrida, produzida com disco (o miolo) de fibra de carbono e aro de aço, com o objetivo de reduzir peso sem perda da necessária robustez do componente. Descobriu-se que o componente não funciona bem em altas temperaturas, mas nem por isso a iniciativa foi desmerecida, pois serviu para trazer esse conhecimento à empresa com reduzida perda financeira, o que mitiga o risco inerente qualquer processo de inovação – o de não funcionar – e aumenta a capacidade de desenvolver outras iniciativas.

"A inovação traz vantagem competitiva, gera novas receiras e contribui para o desenvolvimento sustentável da companhia. A possibilidade de ter um parceiro como a Embrapii desburocratiza e agiliza nossos novos projetos", afirma Marco Tulio Ricci, gerente de inovação da Maxion Structural Components.

A divisão de componentes estruturais pode começar em breve a colher os resultados da parceria com a Embrapii. Em 2016 foi iniciado junto com um ICT o desenvolvimento de travessas de compósitos (como fibra de vidro e carbono) para chassis de caminhões e ônibus, que com a mesma resistência do aço reduz pela metade o peso da peça, em favor da economia de combustível atualmente buscada por qualquer fabricante de veículos. “É o primeiro componente deste tipo que pode ser produzido em grandes volumes. A primeira fase do projeto foi concluída e capturamos o conhecimento de como fazer. Agora vamos produzir os protótipos para validação e futura produção”, conta Ricci.

Entre os novos projetos da divisão com ICTs da rede Embrapii, está o desenvolvimento de um sistema de informação de manutenções preditivas em linhas de produção, o que evita paradas inesperadas e reduz custos. Outra iniciativa em estudo é a inspeção de peças por meio de câmeras, para assegurar que tenham as dimensões corretas.

A Iochpe Maxion também está credenciada no Rota 2030, programa de desenvolvimento da indústria automotiva nacional, que permite descontos dos investimentos em P&D no Imposto de Renda e Contribuição Social sobre Lucro Líquido.

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