Projeto da Coppe/UFRJ é selecionado programa de aceleração de startups do MIT

Iniciativa tem como objetivo estimular a criação e o desenvolvimento de startups focadas nos setores de energia e sustentabilidade


Projeto de inovação e empreendedorismo apoiado por Furnas acaba de ser selecionado para o REAP, programa de aceleração de startups coordenado pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT). A iniciativa do Laboratório de Inovação Tecnológica (LabrInTOS) da Coppe/UFRJ tem o objetivo de estimular a criação e o desenvolvimento de startups focadas nos setores de energia e sustentabilidade e, com isso, transformar o Rio de Janeiro no "Vale do Silício" destas áreas, por meio da aplicação da metodologia do MIT REAP aos atores e contexto locais.

O investimento previsto para implementação do projeto é R$ 3,2 milhões. Furnas aportará R$ 1,3 milhão. O restante dos recursos serão aportados por empresas do setor de energia e orçamento da União. A expectativa é, a partir do início da implementação das ações, atrair cerca de R$ 200 milhões em novos investimentos para o estado do Rio de Janeiro, incluindo inversões em startups, em projetos de P&D e difusão de novas tecnologias.

— A nossa participação no projeto selecionado pelo MIT REAP vai ao encontro da atuação da empresa no sentido de adotar iniciativas de inovação com o objetivo de desenvolver novos produtos, otimizar procedimentos e reduzir custos. Ao fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo de impacto na sociedade e ao mesmo tempo manter a relevância da empresa no mercado de energia, criamos uma relação de benefício mútuo entre empresa, iniciativa privada e sociedade — declara Pedro Brito, presidente interino e diretor de administração de Furnas.

De acordo com o presidente da Eletrobras Wilson Ferreira Júnior, participar de um projeto selecionado pelo MIT para acelerar a transformação do Rio de Janeiro por meio da energia e da sustentabilidade é, para a companhia, uma tradução perfeita da visão de futuro, descrita no Plano Estratégico para o período de 2020 a 2035: ser uma empresa inovadora, de energia limpa, reconhecida pela excelência e sustentabilidade. — Temos orgulho em transformar a realidade à nossa volta, enquanto perseguimos esta ambiciosa meta. Por isso a satisfação em ter nossa subsidiária Furnas integrando tão importante iniciativa— enfatizou.

Programa — Anualmente, o REAP seleciona até oito regiões do mundo para um programa de treinamento com dois anos de duração. O projeto selecionado deve engajar, desde o envio da proposta, os atores previstos pela metodologia: universidades, corporações, governo, empreendedores e investidores de venture capital, também conhecido como capital de risco ou capital empreendedor.

— O Rio de Janeiro é uma região com grande potencial. Temos condições para transformar o estado em um polo global de inovação nas áreas de energia e sustentabilidade com a ajuda do MIT REAP. Contamos com grandes empresas do setor - tanto em petróleo & gás como energia elétrica -, temos universidades de excelência nessas áreas e instituições governamentais fundamentais tanto para o setor de energia como para o apoio à inovação de maneira geral — destaca Hudson Mendonça, coordenador e pesquisador do LabrInTOS, da Coppe/UFRJ.

O programa é dividido em quatro fases: diagnóstico, elaboração da estratégia de ação, implementação das ações e estratégia de sustentação. Ao completar o programa, os integrantes do grupo têm o compromisso de disseminar o conhecimento na região selecionada, que passa a fazer parte do REAP Global. Estão previstos, ainda, a criação do programa pesquisador empreendedor e um espaço onde se concentrarão as startups aceleradas na iniciativa.

Uma das principais oportunidades será a criação de novas startups focadas nos setores de energia e sustentabilidade. Hoje, das 12.700 startups da base da ABStartups (Coppe/UFRJ), apenas 157 são ligadas a esses setores, em todo o Brasil.

Foco em inovação — Com 63 anos de operação e corpo técnico com expertise atestada na construção, operação e manutenção de 21 usinas hidrelétricas e 30 mil km de linhas de transmissão espalhados em 15 estados e o Distrito Federal, FURNAS quer ser reconhecida também por sua capacidade de inovação.

Incentivada pela atual gestão da empresa, foram criadas iniciativas e programas de inovação que já resultaram em mais de 80 projetos, parcerias com startups e entidades como o SENAI/RJ, além de um P&D com financiamento de R$ 30 milhões. Tudo isso para que a expertise do seu corpo técnico seja revertida em novos produtos e procedimentos que possam ser escalados para todas as unidades da companhia e até para outras empresas do setor elétrico.

— Incentivamos nossos colaboradores a adotar iniciativas de inovação e estabelecer uma nova forma de pensar, uma verdadeira cultura de inovação. FURNAS é uma empresa de técnicos que conhecem seu ofício de geração e transmissão de energia elétrica como poucos hoje nesse mercado. Foi necessário apenas um empurrão para que novas ideias e projetos começassem a surgir e já possamos colher os primeiros resultados — reforça o presidente interino da empresa, Pedro Brito.

Representantes do Governo, empreendedores e investidores — A metodologia do MIT REAP exige a presença de pelo menos um dos participantes representando o Governo. Isso porque muitas ações estratégicas necessárias para o desenvolvimento de i-Ecossistemas são relacionadas a medidas governamentais. Nas edições passadas, 28% das ações estratégicas envolviam parcerias público-privadas e 12% estavam ligadas a políticas públicas. A formação do i-Ecossistema demanda, ainda, a inclusão de empreendedores e fundos de investimento.

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