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FCA planeja dobrar a capacidade de produção da nova Fiat Strada

Novo modelo recebeu mais pedidos do que a expectativa inicial e agora montadora acelera o ritmo para atender ao máximo os pedidos


PEDRO KUTNEY, AB

A FCA já trabalha para até setembro dobrar a capacidade de produção da nova Fiat Strada em Betim (MG). Motivo: a picape renovada recentemente já recebeu 25 mil pedidos das concessionárias desde que foi lançada, em 26 de junho, até a semana passada. Apenas em julho foram recebidas 18 mil encomendas, mais de três vezes o total de 6.564 emplacamentos do modelo registrados no mês passado, que representou nada menos que 45% de todas as vendas da marca no período.

“Esses números chamaram muita a atenção, estão muito acima das nossas expectativas iniciais. Infelizmente nossa disponibilidade em atender a demanda pela Strada é bem inferior ao número de pedidos”, lamentou Herlander Zola, diretor da marca Fiat. “Mas estamos trabalhando para atender”, acrescentou.

A FCA ainda não admite abrir mais um turno na fábrica mineira para atender a demanda acima da esperada pela nova Strada, mas já usa horas extras, dias adicionais de produção e acelera o ritmo da linha para tentar atender o máximo de pedidos, que tendem a aumentar ainda mais com o início das exportações – nesta quarta-feira, 19, a Fiat lançou a picape na Argentina, o primeiro mercado externo do veículo. Outra dificuldade será fazer os fornecedores atenderem ao aumento dos pedidos, pois planejaram volumes bem menores.
 

MAIOR PROCURA NO TOPO DE LINHA

Quando lançou a nova Strada, Zola estimava que as novas opções do modelo com mais conforto e tecnologia – especialmente a nova configuração de cabine dupla com quatro portas, a primeira no segmento de picapes compactas – iriam atrair novos clientes e aumentar em cerca de 20% o mercado do modelo, com a participação das versões cabine dupla subindo de 5% para 25% das vendas. O executivo estava certo na direção, mas errado no número. Os pedidos, como se viu, triplicaram e a versão mais cara, a Volcano (R$ 80 mil), já representa 40% da demanda.

Os 6.564 emplacamentos da Strada em julho já estão 20% acima do registrado em janeiro passado e foram fundamentais para aumentar para 15% a participação da Fiat no mercado brasileiro no mês passado. E na primeira quinzena de agosto o porcentual já subiu para 17%, colocando a marca na segunda posição do ranking parcial do mês, à frente da GM e atrás da Volkswagen.

“Com a nova oferta, a Strada atraiu muitos clientes de fora da categoria, que normalmente compravam hatches e sedãs compactos e viram na nova versão com cabine dupla a possibilidade de ter a mesma tecnologia e conforto com a funcionalidade extra de uma caçamba, que acaba sendo um porta-malas maior”, explica Zola.

Com o sucesso, a Fiat pretende acelerar a oferta de novas opções da Strada, incluindo a adição de câmbio automático até agora indisponível. “Teremos em breve, está em desenvolvimento uma opção automática”, avisa Zola. Ele também admite o lançamento das versões Ultra e Ranch, já disponíveis na linha da irmã maior, a Toro.

Segundo o diretor, por causa da falta da opção de câmbio automático, até agora a picape compacta não atraiu clientes de SUVs, mas também não roubou clientes da Toro, cuja versão de entrada (Endurance Flex com câmbio manual) custa cerca de R$ 10 mil a mais do que a mais cara da irmã menor (Volcano). “As duas mantêm uma convivência saudável, mas é curioso que a Toro de entrada, que representava 3% a 4% das vendas, agora tem procura bem maior, provavelmente porque o cliente compara a avalia que pode pagar um pouco mais para ter a picape maior”, diz Zola.
 

 

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