Brasil será uma das economias menos afetadas pela crise da pandemia no mundo

Afirmação foi feita por Gustavo Ene, secretário do Desenvolvimento do Ministério da Economia, durante o ABPlanOn


WILSON TOUME, PARA AB

“Parece que o Brasil será uma das economias menos afetadas (pela crise da pandemia) no mundo e já se fala em queda de 4,5% a 5%, enquanto o FMI chegou a dizer que a redução poderia ser de 9% do nosso PIB no começo da crise”, afirmou Gustavo Leipnitz Ene, secretário do Desenvolvimento, Indústria, Comércio, Serviços e Inovação do Ministério da Economia. Em entrevista on-line no segundo dia do #ABPlanOn, evento realizado por Automotive Business na terça-feira, 25, Ene lembrou que existem setores da economia apresentando curva de recuperação em V, enquanto o ministro Paulo Guedes tem afirmado que a economia como um todo apresentará recuperação mais gradual, por conta de setores que estão sofrendo mais os impactos da crise.

 Questionado sobre o pleito das montadoras para adiar em dois a três anos os prazos para implantação de novas regras do Proconve, o programa brasileiro de controle de emissões veiculares, o secretário disse que o assunto ainda é motivo de muitas conversas, já que o tema envolve muitos interesses, e não deu pistas sobre a negociação.

Em compensação, Gustavo Ene revelou que o tão aguardado plano nacional de incentivo à renovação de frota “vem com força” e será focado inicialmente nos veículos pesados. “Estamos em um alinhamento final, conversamos com governos estaduais para que eles participem e já temos a sinalização de seis Estados, o que é muito positivo”, disse.

Sobre eletrificação e novos combustíveis, o secretário explicou que o governo trabalha para aumentar o número de carros movidos a eletricidade, mas a velocidade desse investimento vai depender da demanda por esse tipo de veículo. “Se houver muita procura, vamos procurar atender com mais rapidez”, disse. Ene explicou que o governo busca incentivar o uso de outros combustíveis “inteligentes” com baixa pegada de carbono, como o etanol de segunda geração, GNV e GNL (o novo marco regulatório do gás natural seria anunciado no dia seguinte, lembrou).

VISÃO OTIMISTA

Perguntado se o governo pensa em alterar o Rota 2030, Ene afirmou que se trata de um programa de Estado, e não de um governo. Entretanto, explicou que podem ocorrer mudanças, desde que sejam no intuito de melhorá-lo, acrescentando que existe o Programa de Melhoria Contínua da Competitividade justamente para identificar aspectos a serem corrigidos para otimizar processos no setor produtivo.

Por fim, quando perguntado sobre o que o governo espera para o próximo ano, Gustavo Ene se mostrou muito otimista. “A expectativa é das melhores possíveis pelos indicadores que nós temos; o auxílio emergencial ajudou muito a movimentar a economia e a gente acredita que teremos números melhores no fim do ano do que os previstos, como já ocorreu no ano passado” afirmou. “Então, esperamos conseguir deixar o Brasil pronto para tracionar a toda velocidade e, quem sabe, a gente consiga, já em 2021, compensar e ainda lucrar um pouquinho o que nós perdemos em 2020", finalizou.
 

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