Nissan e BMW esperam que o ano que vem será marcado pela volta aos patamares de vendas de 2019
Automotive Business -
Presidentes das duas empresas falaram sobre o pós-pandemia no #ABPlanOn
Kriegel (esq.), da BMW; e Silva, da Nissan: visão otimista no encerramento do #ABPlanOn
REDAÇÃO AB
As vendas de veículos já experimentam recuperação neste começo de segundo semestre. E melhor: são boas as possibilidades de resultados ainda mais robustos no último trimestre de 2020, na avaliação de Aksel Krieger, CEO do Grupo BMW Brasil, e de Marco Silva, CEO da Nissan Brasil, protagonistas do painel “A Visão de Futuro dos Presidentes” no #ABPlanOn, evento on-line realizado por Automotive Business na sexta-feira, 28.
Ambos têm convicção de que o ano que vem será marcado pela volta aos patamares de vendas de 2019, ficando mesmo para 2022 o crescimento que projetavam para suas operações caso o caos global não tivesse se instaurado a partir da pandemia.
A atual crise, entretanto, não será suficiente para que Nissan e BMW revejam drasticamente seus planos para o Brasil, asseguram os executivos, ainda que ajustes sejam necessários em decorrência do novo quadro econômico.
“Pensando em médio e longo prazos, tivemos que tomar algumas atitudes para manter os negócios sustentáveis”, disse Silva, referindo-se particularmente ao fim da produção do nacional March em Resende (RJ), à decisão de importar outros modelos (como o novo Versa) e de fechar um dos dois turnos da fábrica brasileira, com a demissões de 398 pessoas ABPlanOn.
“Trazer veículos de fora é dar ao consumidor a chance de experimentarem o que ainda não podemos produzir aqui. Isso nada tem a ver com desinvestimento, mas com a realidade dos negócios. Continuaremos investindo no Brasil e na América Latina”, enfatizou Marco Silva.
O executivo, contudo, torce por um ambiente bem menos conturbado nos próximos anos: “A visão da Nissan para o Brasil é de longo prazo. É muito importante ter visibilidade do que será a indústria e o próprio consumidor brasileiro, porque isso é que trará sustentabilidade ao nosso negócio”.
O CEO da BMW Brasil defende o mesmo ponto de vista, até porque estima crescimento significativo para toda a gama de produtos do grupo, incluindo as motocicletas, que tiveram, mesmo em meio à pandemia, seu melhor resultado de vendas da história da marca aqui. Já a fábrica de carros em Araquari (SC), deve fabricar 8 mil unidades em 2020, seguindo bastante abaixo da capacidade de 32 mil veículos/ano.
ELETRIFICAÇÃO
Tanto Nissan quanto BMW têm investido na oferta de veículos elétricos e híbridos no mercado brasileiro, ainda que para uma demanda ainda incipiente.
“Esperem muita eletrificação! Se os carros elétricos são ótimos, os híbridos têm o melhor dos dois mundos e são solução muito boa para o Brasil”, apontou Aksel Krieger.
Silva, que tem no portfólio local o importado elétrico Leaf, concorda integralmente com Krieger sobre a evolução mais rápida da eletrificação nos próximos anos. Mas bem antes disso a Nissan quer se preparar para a recuperação do mercado que espera seja concretizada em 2022 e que, dentro da marca, será alavancada já até o fim deste ano com a chegada do Novo Versa e da nova geração Kicks, que ganhará as ruas em 2021.