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Caminhões registram queda devido a falta de componentes importados

Falta de peças gera defasagem no segundo turno de trabalho nas fábricas, e faz com que o setor caia 15% em agosto


SUELI REIS, AB

O segmento de caminhões registrou queda generalizada tanto em agosto contra julho quanto no acumulado na comparação com o mesmo período de 2019, de acordo com os números divulgados na quarta-feira, 2, pela Fenabrave, que representa o setor de concessionárias e distribuição no Brasil. Nos dois comparativos, a queda ficou na casa dos 15%: em agosto, os licenciamentos somaram pouco mais de 8 mil unidades, enquanto que em oito meses, o mercado acumula a venda de 55,2 mil caminhões.

Segundo o presidente da entidade, Alarico Assumpção Júnior, os números refletem dificuldades dentro das montadoras com a produção desses veículos.

"O mercado de caminhões não foi melhor por conta do entrave na produção enfrentado pelas montadoras, que sofrem com a falta de componentes importados, resultando em defasagem no segundo turno de trabalho nas fábricas", aponta o presidente da Fenabrave.

O executivo indica que essa deve ser a única dificuldade no momento, uma vez que o mercado de financiamento oferece condições favoráveis para o setor de veículos comerciais pesados.

“Com relação ao crédito, há boas ofertas no mercado, com taxas abaixo de 1%: a aprovação atual está para sete fichas a cada dez solicitações. Com isso, já estamos operando com os pedidos para o fim do ano em alguns modelos, principalmente de extrapesados”, diz Assumpção Jr.

Ainda de acordo com o levantamento da Fenabrave, este foi o 12º melhor agosto na série histórica e entre os acumulados de janeiro a agosto, este ano está na 11ª posição histórica.

PROJEÇÕES MANTIDAS

A Fenabrave manteve as projeções de mercado para 2020, divulgados no início de julho (leia aqui) após uma revisão da primeira previsão para o ano, feita em janeiro, antes da pandemia. Os concessionários esperam encerrar o período com 82,8 mil caminhões vendidos, o que se for confirmado, representará uma queda de 18,6% na comparação com as 101,7 mil unidades emplacadas em 2019. Em sua previsão anterior, a entidade projetava um ano com mais de 126 mil caminhões novos, o que seria um crescimento de 24% sobre o ano passado.

 

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