Nova estratégia de negócios do Grupo Traton para os próximos anos

CEO Matthias Gründler fala das prioridades para MAN, Scania e Volkswagen Caminhões e Ônibus durante reunião com acionistas


REDAÇÃO AB

Dois meses após assumir como CEO do Grupo Traton (leia aqui), Matthias Gründler apresenta a nova estratégia de negócios da companhia durante sua primeira reunião com acionistas, realizada de forma virtual na quarta-feira, 23.

“Pretendemos dar aos membros da diretoria executiva uma responsabilidade maior em prol da rentabilidade e do desempenho de Scania, MAN e Volkswagen Caminhões e Ônibus. Nossas marcas precisam de liberdade para atingir suas metas de lucratividade”, disse o CEO da Traton.

O executivo disse que as marcas deverão se concentrar “ainda mais intensamente” em se tornar mais rápidas e eficientes com foco nos tópicos do futuro. “Nos próximos meses, examinaremos de perto todos os projetos de desenvolvimento em curso e definiremos novas prioridades”, disse Gründler aos acionistas presentes na reunião virtual.

Durante a reunião, foi confirmado que a companhia continua firme em seu compromisso de investir € 1 bilhão até 2025 em soluções de eletrificação. Neste quesito, as marcas já possuem projetos em andamento, como a Scania que lançou neste mês na Europa sua linha de caminhões eletrificados, que inclui um híbrido plug-in e um 100% elétrico a bateria com autonomia de 250 quilômetros com uma única carga (leia aqui).

Além disso, a Scania e a MAN Truck & Bus planejam lançar uma linha de ônibus elétricos urbanos até o fim deste ano, confirmou o executivo, que também destacou o projeto que a Volkswagen Caminhões e Ônibus está fazendo com parceiros no Brasil para desenvolver uma cadeia completa de veículos comerciais elétricos – da infraestrutura de fabricação e carregamento à gestão do ciclo de vida das baterias – com o caminhão e-Delivery, primeiro elétrico a ser produzido no País, e também com o ônibus elétrico e-Flex (leia aqui).

O CEO da Traton também definiu prioridades para investimentos focados em tópicos futuros, como a parceria estratégica com a TuSimple com foco no desenvolvimento de caminhões com direção autônoma, acordo anunciado durante a assembleia (leia aqui).

DESAFIOS À FRENTE: DEMISSÕES

Por outro lado, o executivo reforçou a importância da disciplina de custos em todo o grupo. O conselho da MAN, por exemplo, já se reuniu e comunicou no último dia 11 de setembro sobre seus planos para uma grande reestruturação, o que implica no corte de 9.500 empregos em todas as áreas e fábricas no mundo inteiro, quase 25% de sua força de trabalho global.

Na ocasião, o diretor executivo da MAN Truck e Bus, Andreas Tostmann, declarou: “Estamos enfrentando grandes desafios como resultado de mudança tecnológica, quando se trata de digitalização, automação e drives alternativos. É por isso que precisamos reestruturar a MAN Truck e Bus, para nos tornarmos muito mais inovadores, digitais e lucrativos no longo prazo. Ao fazer isso, estamos protegendo o futuro de nossa empresa em um mundo em rápida mudança”.

Ao declarar a decisão por demissões, a MAN confirmou que obteve prejuízo de € 387 milhões no primeiro semestre de 2020, muito em função da crise global gerada pela pandemia do coronavírus. Na Scania, o corte pode chegar a 5 mil empregos, mas ainda não há informações se os cortes devem atingir a operação brasileira em São Bernardo do Campo (SP). Da mesma forma, ainda não há informações sobre demissões na Volkswagen Caminhões e Ônibus, cuja fábrica está localizada em Resende (RJ).

“O clima ainda está muito longe de uma recuperação sustentável”, disse Gründler na assembleia.

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