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Presidente da Mercedes-Benz garante que o País segue com potencial elevado e os investimentos previstos estão mantidos

Karl Deppen afirma que País segue com potencial elevado


PEDRO KUTNEY, AB

Recém-chegado em pleno pico da pandemia de coronavírus (ele assumiu o posto em 1º de julho passado), o novo presidente da Mercedes-Benz no Brasil e América Latina, Karl Deppen, ainda evita fazer qualquer prognóstico concreto sobre a evolução do mercado de caminhões e ônibus na região nos próximos meses e em 2021, pois “temos ainda muitas incertezas para fazer uma previsão”. Mas o executivo, em sua primeira entrevista aqui, garantiu que o País segue com potencial elevado e os investimentos previstos estão mantidos.

“Ninguém esperava começar aqui no pico da pandemia. Estamos ajustando a empresa aos desafios do momento, mas seguimos comprometidos com os investimentos de R$ 2,4 bilhões até 2022, que já incluem o lançamento de novos produtos como o novo Actros, além da modernização da fábrica de São Bernardo com a introdução de linhas de manufatura 4.0”, afirmou Karl Deppen.

A Mercedes-Benz tem em curso programa de R$ 2,4 bilhões no período 2018-2022, dos quais R$ 1,4 bilhão foram direcionados ao desenvolvimento do novo Actros brasileiro e R$ 100 milhões foram aplicados à nova linha de montagem de cabines em São Bernardo do Campo (SP), com sistemas digitais de manufatura da Indústria 4.0. Os R$ 900 milhões restantes serão investidos em novas linhas 4.0 da fábrica, que também produz chassis de ônibus, motores, transmissões, eixos e outros componentes, e lançamentos de novos produtos e serviços.

“Devido ao impacto da pandemia temos de reduzir os custos e equilibrar o caixa, mas não paramos de desenvolver inovações e oferecer produtos eficientes, com o objetivo de sermos a escolha preferencial de nossos clientes”, destacou Deppen. “O Brasil sempre foi volátil e enfrentamos muitos desafios nesses últimos três meses que estou aqui. Mas chego com otimismo, porque temos um forte portfólio de produtos apreciados pelos clientes e o novo Actros nos coloca no topo do mercado e estamos muito otimistas com ele”, completou.

Segundo a Mercedes, já foram vendidas mais de mil unidades do novo Actros no Brasil desde a apresentação do modelo e abertura das encomendas, há cerca de um ano, mas as entregas estão atrasadas por causa da pandemia que interrompeu a produção em São Bernardo entre o fim de março e abril. Os clientes deveriam ter recebido o modelo a partir de abril passado, mas só em julho os primeiros modelos vendidos puderam a ser entregues.

EVOLUÇÃO INCERTA DO MERCADO

Sobre a evolução do mercado brasileiro após a fase mais aguda da pandemia de Covid-19, Deppen avalia que os diversos setores da economia brasileira apresentam diferentes velocidades de recuperação, por isso ainda é difícil prever volumes para os próximos meses e 2021. “Existem muitas previsões para o PIB e o mercado de caminhões depende do desempenho da economia. Temos ainda muitas incertezas, mas estou ansioso para ver as projeções que a Anfavea divulgará em breve”, disse – enquanto era ouvido também por Luiz Carlos Moraes, diretor de relações institucionais da Mercedes-Benz e atual presidente da Anfavea.

Stefan Buchner, chefe mundial da Mercedes-Benz Trucks que após 36 anos na companhia vai se aposentar a partir da semana que vem, também participou da conversa e lembrou que o Brasil segue sendo o maior mercado único para os caminhões da marca. “Estive no Brasil muitas vezes nos últimos anos e acompanho de perto a situação do País. Estamos convencidos que é um mercado importante para nós, por isso seguimos investindo grandes somas em São Bernardo, tanto para modernizar a planta com recursos da indústria 4.0 como para desenvolver produtos com uma equipe competente de engenharia”, afirmou.
 

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