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Centro Tecnológico Randon está em ritmo acelerado de expansão de suas capacidades

Com investimentos de R$ 20 milhões só este ano, CTR conquista certificação internacional, aumenta laboratório estrutural e prepara nova pista de testes


PEDRO KUTNEY, AB

A pandemia de coronavírus não freou o ritmo acelerado de expansão de capacidades do Centro Tecnológico Randon (CTR), campo de provas localizado em Farroupilha (RS), que atualmente tem uma carteira de mais de 40 clientes, incluindo divisões do grupo Empresas Randon e boa parte do fabricantes de veículos e componentes no País. Apenas este ano já foram investidos perto de R$ 20 milhões em iniciativas como a ampliação do laboratório de avaliações estruturais e uma nova pista de ensaios dinâmicos que será inaugurada em breve, juntando-se às 20 já existentes no espaço de 90 hectares, onde é possível realizar mais de 50 tipos diferentes de testes, validações e até homologações internacionais com as certificações conquistadas.

Diretor de tecnologia e inovação de produto das Empresas Randon, César Augusto Ferreira afirma que o plano é aumentar a oferta de testes e certificações para transformar o CTR em um “one stop shopping” de serviços de engenharia, onde o cliente pode fazer tudo que precisa em medições e ensaios de campo para desenvolver veículos leves e pesados, implementos rodoviários, máquinas agrícolas e também alguns sistemas automotivos.

“Nossa intenção não é vender asfalto, horas de pista, mas serviços de engenharia completos, incluindo testes, validações e técnicos especializados. A ideia é buscar o veículo e entrega-lo de volta com todos os relatórios”, diz César Ferreira.

CERTIFICAÇÃO INTERNACIONAL PARA MEDIÇÃO DE RUÍDOS

No mais recente passo no sentido de ampliar suas capacidades técnicas, o CTR recebeu recentemente uma inédita certificação do Inmetro, com validade internacional, para realizar medições de ruído de veículos estacionados e em aceleração de passagem. Esses testes já eram realizados no centro, mas com o credenciamento os ensaios ganham credibilidade e permitem aos clientes homologar veículos sob normas reconhecidas por organismos globais como a ILAC (International Laboratory Accreditation Cooperation) e a IAAC (InterAmerican Accreditation Cooperation).

“Essa não é uma certificação obrigatória, mas ela com nossos cliente podem homologar no CTR veículos para serem vendidos em mercados que exigem e reconhecem as normas europeias, por exemplo, sem precisar fazer novas validações em outros países. Antes era necessário fazer essa validação em outro laboratório”, explica Ferreira.

Joel Boaretto, gerente de inovação do CTR, destaca que esse tipo de certificação atesta o padrão técnico elevado do centro e dos profissionais que executam os testes. “Mais do que atrair clientes e gerar novas receitas, essas certificações garantem credibilidade e a imparcialidade que precisamos ter para atender concorrentes em um mesmo espaço, além de reforçar nossa oferta de ferramentas para desenvolvimento da engenharia nacional, com a especificidades que o Brasil tem”, afirma.

NOVA PISTA PARA TESTES DE ABS E ESC

Ainda este ano mais um investimento do CTR será aberto aos clientes: uma nova pista para testes dinâmicos. Segundo Ferreira será a maior facilidade do gênero na América do Sul, com área de 52 mil metros quadrados recoberta com 176 toneladas de placas de basalto polido, onde será possível coloca à prova a estabilidade de veículos pesados e leves equipados com sistemas de frenagem com antitravamento (ABS) e controle eletrônico de estabilidade (ESC).

Como ambos os sistemas de segurança ativa são obrigatórios no País, a nova pista deverá gerar um afluxo de novos clientes ao CTR. O local já está preparado para o esperado aumento da população em trânsito, com um prédio de 2,2 mil metros quadrados que abriga áreas administrativas, de engenharias, salas de reuniões, um laboratório estrutural, suporte eletrônico e um espaço técnico para preparação de veículos.

Para garantir a confidencialidade de projetos, também estão à disposição “salas de sigilo” para abrigar equipes de empresas que estejam desenvolvendo novos produtos no campo – uma delas, por exemplo, é a Marcopolo, fabricante de carrocerias de ônibus que no ano passado firmou acordo de desenvolvimento tecnológico com a Randon e vem utilizando o campo regularmente.

Ferreira e Boaretto explicam que a nova pista VDA trará ao CTR um dos poucos ensaios que faltavam ao já bastante amplo cardápio oferecido pelo campo na Serra Gaúcha, onde entre outras medições e validações é possível realizar testes de resistência pneus, frenagem, direção, provas de durabilidade e fadiga, envelhecimento acelerado de catalisadores, partida em rampas com inclinações de 12%, 18%, 20%, 25% e 35% (as duas últimas para veículos off-road). “Fazemos aqui até algumas avaliação que não existem em outros lugares do mundo, com condições específicas para o Brasil”, conta Boaretto.

PROJEÇÃO DE AUMENTO DO FATURAMENTO

A pandemia de coronavírus pouco afetou as previsões de faturamento e as operações do CTR, que chega a receber 20 clientes em um mês. “Houve um soluço com paralisações curtas em abril, mas o pior já passou e a casa está cheia de novo. Os clientes têm programas muito longos e seguem em desenvolvimento”, diz Ferreira.

Segundo o diretor, o movimento está quase normal e a previsão é que o faturamento do campo de provas este ano deve crescer cerca de 8% acima do projetado, que era de expansão de 15% sobre 2019. Parte importante do atendimento do CTR continua sendo para as diversas divisões das Empresas Randon, em proporção que varia de 40% a 60%, dependendo do mês. Mas com o aumento da oferta de serviços e capacidades, a tendência é de ampliação da carteira de clientes externos.

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