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Rede AB Diversidade debate sobre os desafios da adoção de políticas afirmativas na hora contratação

Encontro contou com a participação de empresas como Ford, Mercedes-Benz e 3M


REDAÇÃO AB

O 5º e último encontro do ano da Rede AB Diversidade trouxe como proposta o debate sobre os desafios da adoção de políticas afirmativas na hora contratação, ferramenta que tem sido muito utilizada por empresas que prezam pela inclusão e diversidade na composição de seus quadros de funcionários. Realizado na sexta-feira, 30, em plataforma virtual contou com a expertise de três especialistas na área: Elineide de Castro, gerente de RH da Mercedes-Benz, Heloísa Vituzzo, líder de aquisição de talentos da 3M, Simone Bianche, consultora da ONU Mulheres e da CKZ Diversidade, e Salim Khouri, head de talentos da Ford na América do Sul.

Todos concordaram que considerar uma política afirmativa na contratação é a porta de entrada para tornar os times mais diversos e uma das formas de ajudar a empresa a incluir pessoas que passam despercebidas ou são impedidas em ingressar em processos comuns de seleção.

“Tornar processos seletivos mais inclusivos é um desafio, mas está sendo cada vez mais visado pelos departamentos de RH”, indica Simone Bianche. “Essas políticas vêm para corrigir deficiências”, afirma ao se referir a empresas que têm poucas ou nenhuma mulher, negros, PCDs ou pessoas do grupo LGBTQI+ na liderança, por exemplo.

Para Salim Khouri, o processo da diversidade está sempre no campo do aprendizado. Ele disse que há uma pressão social pelo tema, mas percebe que ao mesmo tempo há um desejo genuíno das companhias em trazer para dentro de casa um reflexo da sociedade em que ela está inserida. “Vale se perguntar ‘será que estamos olhando para as pessoas nos lugares corretos?’”, disse se referindo a regras de seleções que limitam contratar pessoas de alguma universidade específica, por exemplo, sem abrir espaço para candidatos de outras realidades.

Na Mercedes, Elineide conta que a estratégia de conscientização pela inclusão a partir dos debates nos grupos de afinidade iniciou uma profunda análise na maneira de se contratar e que os processos têm sido aprimorados desde então, a fim de promover uma chance maior para diversos grupos.

Por sua vez, a 3M, a partir de seu comitê de diversidade, decidiu mapear onde estavam os gargalos internos da diversidade e da inclusão.

“Descobrimos que havia erros desde o começo, na hora da inscrição: vimos que apenas 10% das que chegavam era de negros. Também foi importante avaliar como estávamos nos comunicando com esse grupo. Começamos então um programa dedicados a eles e o número de contratados estagiários passou de 5% no ano passado para 20% e possivelmente poderemos chegar a 30% neste ano”, contou Heloísa Vituzzo, líder de aquisição de talentos da 3M.

Ela reforça a importância de ter métricas definidas: “Sem medir, não dá para acompanhar o que está acontecendo”, avalia.

Os especialistas reforçaram a importância de incluir a alta gestão e as lideranças da companhia ao definir as novas políticas afirmativas, mas nas companhias que têm pouca adesão da liderança nessas questões estes não podem ser elementos limitantes para a realização das ações de inclusão nas contratações pelos comitês e RHs.

Os debates sobre diversidade, inclusão e os desafios e acertos que o tema traz para a experiência das empresas continuarão no 2º Fórum AB Diversidade no Setor Automotivo, que acontece nos dias 24 e 25 de novembro e de forma totalmente virtual. Você pode conferir a programação e se inscrever no site da AB Diversidade.

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