Fenabrave divulga o balanço consolidado de emplacamentos que confirma o melhor desempenho do ano até o agora
Automotive Business -
Após melhor mês do ano, entidade sustenta projeções para 2020
PEDRO KUTNEY, AB
A Fenabrave, associação que reúne as revendas franqueadas de veículos, divulgou na quarta-feira, 4, o balanço consolidado de emplacamentos em outubro e nos dez meses acumulados de 2020, que confirma o melhor desempenho do ano até o agora de vendas de automóveis e comerciais leves. O presidente da entidade, Alarico Assumpção Jr., avalia que o bom resultado está ligado diretamente ao aumento da confiança do consumidor aliado à maior oferta de crédito, que vem sustentando o crescimento mês a mês dos negócios.
“O mês de outubro é, até o momento, o que registra o recorde do ano. Isso reforça a nossa expectativa de retomada para o mercado de automóveis e comerciais leves. Notamos que os clientes estão mais confiantes e tomando a decisão de compra, que é facilitada pela maior oferta de crédito”, explica Alarico Assumpção Jr.
Com o resultado, a Fenabrave manteve suas projeções de vendas de veículos leves em 2020, estimadas em 1,88 milhão de unidades, que representará retração de 29,4% sobre 2019. A previsão é melhor do que a divulgada mês passado pela Anfavea, que projeta baixa de 31% este ano, com 1,83 milhão de emplacamentos.
O balanço da entidade confirma o resultado adiantado na terça-feira, 3. Com 205,2 mil automóveis e comerciais leves emplacados, outubro foi o melhor mês do ano com leve alta de 3,25% sobre setembro, mas ainda em expressiva queda, de 14,9%, sobre o mesmo mês de 2019, quando foram licenciadas 241.142 unidades. No acumulado de dez meses foram registrados 1,5 milhão de emplacamentos, o que representa retração de 31% na comparação com o mesmo período do ano passado.
“O mercado vem gradativamente retomando bons patamares de venda. Ainda que com o mesmo número de dias úteis (21) de setembro, em outubro tivemos o maior volume de emplacamentos de 2020”, destacou o presidente da Fenabrave.
O volume de emplacamentos diários, que mostra o ritmo real do mercado ao excluir fatores sazonais do balanço de vendas, mostra que em outubro foram emplacados em média 9.767 automóveis e utilitários em cada um dos 21 dias úteis do mês, número 3,1% maior do que os 9.466/dia de setembro, mas em queda de 6,8% na comparação com outubro de 2019, que teve 23 dias úteis e média de 10.486 veículos leves lacrados por dia. O tombo em relação ao ano passado, portanto, é menor do que quando se compara um mês cheio contra outro, por causa da diferença do número de dias úteis entre eles.
Dois fatores podem explicar a desaceleração do crescimento mensal de vendas em relação a meses anteriores. O primeiro é a limitação de produção, já que as fábricas vêm enfrentando falta de alguns insumos e componentes e não conseguem atender todos os pedidos. As locadoras de veículos, grandes compradores, relatam que têm 150 mil pedidos de carros não atendidos pelas montadoras até o momento. Outro fator é que foi observada uma abrupta redução de emplacamentos no último dia útil de outubro, o que pode ter acontecido em função de um feriado para servidores públicos, quando muitos Detrans não funcionaram, interrompendo os licenciamentos em parte do País.
DIFERENÇAS ENTRE AUTOMÓVEIS E COMERCIAIS LEVES
Os mercados de automóveis e comerciais leves vêm apresentando resultados diferentes. Em outubro, as vendas de veículos de passeio (168,5 mil) cresceram 4,6% em relação a setembro e registraram queda de 17,6% em relação ao mesmo mês de 2019. Já nos emplacamentos de utilitários leves (36,8 mil no mês) os sinais de positivo e negativo se invertem: houve recuo de 2,4% sobre setembro e pequena alta de 0,4% ante outubro do ano passado.
Algo parecido ocorre no desempenho acumulado de janeiro a outubro, com 1,24 milhão de automóveis emplacados, que representa expressiva retração de quase 33% na comparação com os mesmos dez meses de 2019. O tombo dos comerciais leves também é alto, mas 13 pontos menor: foram vendidas 260,4 mil unidades no período, o que resulta em queda de 20% em relação a igual intervalo do ano anterior.