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BorgWarner completa 45 anos de operações no Brasil

Em 2021 empresa vai fornecer turbocompressores para mais uma fabricante de veículos leves e motores de partida para o sistema start-stop


PEDRO KUTNEY, AB

Não será possível recuperar todo o estrago causado pela pandemia de coronavírus, que deve reduzir o faturamento em cerca de 25% este ano na comparação com 2019, mas a BorgWarner tem bons motivos para comemorar 2020, quando completa 45 anos de operações no Brasil. O tombo foi menor do que o esperado, o que já é uma vantagem diante da gravidade da crise sanitária e econômica, e a perspectiva é de crescimento continuado em 2021 e nos próximos anos, com novos clientes em carteira, ampliação de pedidos dos atuais e novos produtos que entram no portfólio com a recente aquisição da Delphi, concluída no mês passado, que criou uma das 20 maiores fornecedoras de componentes e sistemas automotivos do mundo – a décima maior no Brasil –, com faturamento global de US$ 14,5 bilhões e 48 mil funcionários.

“Houve atrasos de poucos meses em alguns projetos, mas nenhum cancelamento”, comemora Vitor Maiellaro, gerente-geral de três divisões da BorgWarner no Brasil, Emissions, Thermal e Turbo Systems, com fábricas em Piracicaba e Itatiba, no interior paulista. Segundo o executivo, a queda forte dos negócios em 2020 está sendo parcialmente compensada “por um quarto trimestre de retomada muito forte dos pedidos, tanto de montadoras como no mercado de reposição, que poderá fechar o ano igual ou até pouco acima de 2019”.

EXPANSÃO DE TURBOS PARA LEVES E PESADOS

Maiellaro conta que houve expansão no fornecimento de turbos para a Volkswagen no Brasil, que além de usar o componente produzido em Itatiba nas versões turbinadas de Up!, Polo, Virtus e T-Cross, este ano também incorporou o mesmo motor 1.0 TSI em mais um produto, o Nivus. Mais: no início de 2021 um novo cliente fabricante de veículos leves começa a comprar turbos da BorgWarner – Maiellaro não divulga o nome do cliente, mas possivelmente será a FCA, que nos próximos meses começa a produzir em Betim (MG) motores turbinados 1.0 e 1.3 que serão usados em carros Fiat e Jeep no Brasil e na Europa.

“Também estamos preparados para atender novas demandas dos fabricantes de veículos pesados a diesel, que vão precisar de novos turbos para os motores Euro 6 em desenvolvimento”, revela.

Para Maiellaro, o mercado brasileiro ainda tem muito espaço para aumentar o uso de turbocompressores para veículos leves com motorização otto. “Aqui o uso desta tecnologia ainda está muito atrás de outros países, como na Europa. Por isso esperamos por expansão continuada dos clientes de turbos no Brasil pelos próximos anos, com produtos que vão chegar mais rápido aqui, talvez menos de um ano após o lançamento lá fora”, avalia.

MOTORES DE ARRANQUE

Outro negócio em expansão no País é o fornecimento de motores de partida e alternadores fabricados em Brusque (SC) – operação que foi comprada globalmente da Delco Remy em 2015. “Já começamos a produzir aqui motores de arranque para sistemas star-stop, temos dois novos clientes”, informa Adson Silva, diretor da BorgWarner PowerDrive Systems no Brasil. “É muito importante nacionalizar essa tecnologia que está cada vez mais presente nos veículos para aumentar a economia de combustível”, diz.

A unidade da BorgWarner em Brusque já fornece motores de arranque e alternadores para os veículos mais vendidos no País e recentemente ampliou o fornecimento para a Hyundai no Brasil, que já usava o propulsor elétrico de partida da empresa desde 2016 e em outubro passado passou a aplicar o componente também na linha HB20 turbo e no Creta 1.6.

“Estamos observando dois ritmos diferentes de recuperação nos mercados onde atuamos. Vemos uma retomada em ‘V’ no aftermarket e na forma do símbolo da ‘Nike’ nas encomendas das montadoras”, acrescenta Silva.

COM DELPHI, PORTFÓLIO AMPLIADO

Com a compra da Delphi, anunciada no início deste ano e concluída no mês passado, a BorgWarner deverá ampliar significativamente seu portfólio com produtos complementares ao atual em todos os mercados de atuação, seja no fornecimento às montadoras ou na reposição. A integração das operações e dos funcionários das duas empresas já começou – no evento de comemoração dos 45 anos no Brasil já estavam presentes executivos da Delphi no Brasil.

Contudo, Maiellaro explicou que a fusão será gradativa e ainda levará algum tempo para ser completamente completada. "Teremos muitas sinergias, mas por enquanto cada unidade seguirá trabalhando de forma independente. A aquisição foi concluída em 2 de outubro, estamos apenas começando”, indicou.
 

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