SUELI REIS, AB

O mercado de máquinas agrícolas e rodoviárias (de construção) nada na contramão da maré negativa da crise gerada pela pandemia e registra crescimento das vendas em 1,6% no acumulado de janeiro a outubro na comparação com iguais meses de 2019, segundo balanço da indústria divulgados pela Anfavea na sexta-feira, 6. O setor vem sendo impulsionado pelo bom desempenho do segmento agrícola, que representa até 25% das vendas totais do setor, mas também da retomada do segmento de construção.

“Temos registrado uma excelente trajetória das máquinas rodoviárias neste ano, com a construção civil movimentada, muito em função do aluguel de equipamentos, mas também por pequenas obras”, comenta o vice-presidente da Anfavea, Alexandre Bernardes.

Em outubro, as vendas de máquinas diminuíram 5% sobre setembro, em função da sazonalidade do setor agrícola. “Historicamente, outubro é um mês fraco para equipamentos agrícolas, por causa do momento da safra: vão diminuindo as compras de tratores e começam as de colheitadeiras, se preparando para a colheita, que inicia no primeiro trimestre do próximo ano”, indica Bernardes.

No entanto, a produção do setor em 2020 ainda está prejudicada pelos efeitos da paralisação causada nos primeiros meses da pandemia. Em dez meses, as fabricantes de máquinas acumulam queda de 18% na comparação com janeiro-outubro de 2019, ao entregar pouco mais de 38 mil unidades, entre modelos agrícolas e rodoviárias.

A produção em baixa também é reflexo das exportações que seguem em queda: até outubro, o Brasil embarcou menos de 7,5 mil máquinas, uma retração de 32% no comparativo anual.