Tesla sucesso em veículos elétricos, qualidade e tecnologia de seus produtos
Automotive Business -
Para o maior exportador da marca para a América Latina e Caribe que participou do #ABX20, tecnologia é o principal segredo do sucesso da fabricante
WILSON TOUME, PARA AB
De acordo com Daniel Panizza Reis, sócio da DPR Trading, a principal exportadora de carros Tesla para América Latina e Caribe, o sucesso da fabricante de veículos elétricos não se deve apenas à qualidade de seus produtos, mas principalmente à tecnologia que eles possuem. Reis falou sobre o revolucionário modelo de negócio da marca na terça-feira, 10, em sua participação nas lives do segundo dia do #ABX20 – Automotive Business Experience, evento digital que acontece de 9 a 13 de novembro.
Para corroborar sua explicação, Reis lembrou que o público mais jovem, e que está mais “antenado” com as novas tendências, vê a Tesla com certa admiração. “Eu dirijo meu Tesla e sempre percebo crianças e jovens apontando para o meu carro ou até para bonés e camisetas que costumo usar”, afirmou o executivo, que vive na Flórida, nos Estados Unidos.
Quando se depara com algum cliente mais reticente sobre carros elétricos, Reis diz que costuma dizer a eles: “Você pode até não gostar, mas pergunte ao seu filho quais são as marcas de carro que ele mais gosta, e tenho certeza de que a Tesla será uma delas”. A resposta, segundo ele, costuma ser um sorriso tímido, seguido de um gesto afirmativo com a cabeça.
“Quem procura um Tesla hoje é a pessoa mais ligada à tecnologia, aquele consumidor que busca ter sempre o iPhone mais moderno, que tem sistemas de automação em casa; não é à toa que a Tesla hoje é sinônimo de carro elétrico mais avançado do mundo. Existe a dirigibilidade do elétrico, que é impressionante, e ainda o fato de esse tipo de veículo não poluir, mas eu acho que a tecnologia ainda é o fator que mais influencia os compradores de um Tesla”, afirma Daniel Panizza Reis.
INOVAÇÃO TAMBÉM NA COMPRA
A Tesla não inovou apenas em seus produtos, mas também no modelo de negócio, na forma como os seus carros são vendidos. Basta dizer que todas as concessionárias nos Estados Unidos pertencem à empresa. Com isso, a fabricante conseguiu implantar a política de preço único, ou seja, não existe possibilidade de conseguir um desconto ou abatimento com uma “conversa com o gerente”. “Essa prática sempre provoca trauma nos consumidores, porque ele sempre fica se perguntando ‘E se eu tivesse insistido mais?’ ou ‘E se eu tivesse ido em outra loja?’, sem falar no prejuízo que essa prática pode provocar a longo prazo na rede de concessionárias”, contou Reis. “Com a política de preço único, o cliente sabe que tanto faz comprar o Tesla em Nova York ou na Califórnia, o preço será sempre o mesmo”, completou.
O executivo contou ainda que a Tesla já havia inovado ao oferecer a possibilidade de realizar todo o processo de compra do automóvel pela internet, muito antes de a pandemia obrigar as demais a adotarem processos similares. “Por isso, as concessionárias da marca nos Estados Unidos possuem três veículos expostos e só, não há estoque”, destacou Reis. Todos os veículos da marca são produzidos sob encomenda e entram em produção após o cliente fechar o negócio na loja.
Esse processo de produção sob demanda permite outra inovação: o cliente escolhe o tipo de bateria que melhor se adapta às suas necessidades. “Se a pessoa precisa de um carro com maior autonomia ou desempenho esportivo, vai pagar mais caro do que quem optar pela bateria convencional”, explicou Reis.
Sobre os planos de a fabricante expandir suas operações em direção da América do Sul, Daniel Reis acredita que isso vai demorar um pouco. “Acho que a Tesla está mais focada em se firmar na Europa e na China”, afirmou. “Eu acredito que só vai investir na América do Sul quando tiver um novo modelo, que custe cerca de US$ 20 mil, aí sim a Tesla teria um produto perfeito para atender o mercado, que é a sua estratégia principal”, disse.
Ser dono de um Tesla hoje supera qualquer preocupação ambiental, está mais ligado a um estilo de vida e à imagem que o consumidor quer passar ao público. Mesmo assim, não se pode ignorar o sucesso da estratégia da marca. “A Tesla é um grande competidor e acho que uma empresa só cresce quando tem um grande concorrente no mercado”, afirmou Nilson Caldeira, diretor da MegaDealer, que também participou da apresentação.
“Eu vejo a oportunidade de montadoras e concessionárias aprenderem com a Tesla, especialmente em três pontos que considero fundamentais: o aspecto de tecnologia, a parte de como vender esse carro tecnológico e a de como devem ser as equipes que vão vender esse veículo; por isso, acredito que todo mundo já deveria estar pensando sobre como vamos competir daqui a dois ou três anos”, observou.