O eVTOL da Eve poderá voar sobre as cidades em menos de dez anos
Automotive Business -
Startup da EmbraerX apresentou as possibilidades de seu eVTOL para as cidades em um futuro próximo
ERICA MUNHOZ, PARA AB
A segunda apresentação da manhã de lives do #ABX20 – Automotive Business Experience aguçou a imaginação e movimentou a audiência ao mostrar que não está tão distante da realidade o que ainda parece ser uma abstração tecnológica digna de figurar no desenho animado Os Jetsons. Se depender da Eve – primeira startup encubada pela EmbraerX lançada no mercado mês passado –, em menos de 10 anos as pessoas vão poder optar por um tipo de transporte aéreo urbano acessível, ao embarcar em uma espécie de carro voador elétrico que mais se parece com um drone anabolizado, hoje conhecido pela sigla eVTOL (veículo de decolagem e pouso vertical).
De acordo com André Stein, presidente da Eve e head de estratégia da EmbraerX, embarcar em veículo aéreo para deslocamentos urbanos “será possível ainda nesta década”. Pelo menos é nisso que a Eve Urban Air Mobility Solutions está trabalhando, dedicada a desenvolver o ecossistema da Mobilidade Aérea Urbana (UAM,na sigla em inglês). Para tanto, a nova empresa está desenvolvendo um portfólio completo de soluções, incluindo o desenvolvimento e certificação do seu eVTOL, além de uma abrangente rede de suporte e serviços associados e gestão de tráfego aéreo urbano.
“Queremos trazer o benefício da aviação para mais perto das pessoas. A ideia não é nova, a novidade é viabilizar numa escala maior um veículo acessível para todos, não só no sentido econômico, mas também físico. Chegamos para criar soluções customizadas que se integrem ao ecossistema”, afirma André Stein.
Segundo Stein, o eVTOL nascerá 100% elétrico, com ruído muito baixo, 80% menor do que um helicóptero, e um sistema de controle de voo mais eficiente e tranquilo. Contará com quatro assentos e autonomia para voar 100 quilômetros, suficiente para cobrir qualquer zona urbana do mundo. A tecnologia embarcada terá a função de tornar tudo mais simples para usuário e operador. Como diretriz, será uma aeronave já preparada para o futuro autônomo, mas começará com um piloto a bordo e, aos poucos, será inserida a condução autônoma. Importante ressaltar que o veículo não será adaptado, mas já nascerá preparado para tal.
“Estudamos exaustivamente a aceitação do usuário e esse é um dos motivos de começarmos com um piloto a bordo. Precisamos passar confiança e a certeza de segurança. Também acreditamos que a tecnologia empregada criará uma nova geração de pilotos para uma aviação mais simples”, destacou.
O controle de tráfego aéreo precisa ser preparado para essa nova realidade dos drones de passageiros voando sobre as cidades, mas não será impeditivo para que o projeto passe para a prática. A perspectiva da empresa é começar com as soluções existentes e avançar. A Eve trabalha com um potencial de 50 mil unidades destes veículos pelo mundo. Uma cidade como São Paulo comporta mil e beneficiará 2 milhões de pessoas. A Eve fornecerá o veículo e o serviço de transporte aéreo, soluções completas, abrangentes e integradas, pensando inclusive na parte terrestre com parceiros que ajudarão nessa integração.
“Não há percepção de que o trânsito vá desaparecer ou que se resolverá todo o problema de congestionamento, mas será uma alternativa. Voar sobre o trânsito e poder reduzir uma viagem de duas horas para 15 minutos, será fantástico”, indica.