FCA e TIM: parceria estratégica em conectividade
Automotive Business -
Em live do #ABX20, Antonio Filosa e Pietro Labriola falaram sobre a parceria das duas empresas e as tendências para os carros conectados
ERICA MUNHOZ, PARA AB
Antonio Filosa, presidente da FCA América Latina, e Pietro Labriola, CEO da TIM, abriram o último dia de lives do #ABX20 – Automotive Business Experience na sexta-feira, 13, para falar sobre “As novas parcerias e caminhos para construir com a mobilidade”, já que ambas as empresas anunciaram recentemente cooperação na área de conectividade no Brasil.
A partir da primeira metade de 2021, por meio da tecnologia eSIM (versão mais avançada do chip de celular, cuja função é conectar aparelhos às redes móveis), motoristas de veículos Fiat, Jeep e Ram poderão utilizar dentro de seus carros aplicativos conectados diretamente com o veículo. Outras funções possíveis, nesta primeira fase, serão dar partida no veículo remotamente, ligar ar-condicionado ou aquecedor antes mesmo de entrar no carro e identificar falhas no automóvel.
Mas, segundo Filosa, muitas outras funcionalidades e serviços virão e a perspectiva é que, muito em breve, toda a gama de produtos da FCA esteja equipada para oferecer essa experiência ao consumidor: “É uma estratégia que está totalmente em linha com o que chamamos de inovação aberta, vetor para transformar a indústria. O ecossistema está aí para um universo de possibilidades”, adiantou.
Por parte da TIM, Labriola afirma que a tecnologia é uma parte dos serviços que a empresa tem capacidade de oferecer e imaginam um futuro onde a definição do modelo de negócio seja a mais ampla possível: “A mudança pela qual vêm passando as telecomunicações nos fez repensar a venda de serviços apenas para o cliente final. O aprendizado dos últimos tempos é que a evolução tecnológica mostrou que a conectividade começa a ser chave para conectar as coisas. Então, empresas como a TIM no presente e muito mais no futuro com o 5G desempenharão esse papel. Essa parceria com a FCA é bom exemplo, bem como nosso engajamento com o agronegócio, onde já somos líderes”, destacou.
Filosa explicou que dentro dos três principais desafios da indústria automobilística para o futuro, eletrificação, direção autônoma e conectividade/serviços conectados, o terceiro foi o mais óbvio para entender que nem todas as competências estavam dentro de casa. Assim a FCA saiu em busca de parceiros que pudessem compor para entregar uma proposta de valor para os clientes, como conveniências de terem serviços ao alcance de um smartphone.
“Acreditamos que teremos uma gradual mas rápida penetração em todo o segmento automotivo. Essa parceria com a TIM, como outras que virão, será uma das alavancas para expandir o mercado. Resumindo, parte é a entrega de valor ao cliente e parte é estratégia de negócio em busca de penetração de mercado”, afirmou Antonio Filosa.
5G NO BRASIL
De acordo com Labriola, a conversa com o governo brasileiro é para permitir a construção rápida da infraestrutura para a quinta geração de banda larga no País. Diferentemente do 4G, a questão sai das mãos unicamente das teles para habilitar diversos setores: “Mas se não construirmos a infraestrutura ninguém desenvolve novo modelo de negócio. Então, o que estamos colocando na mesa com o governo é: se tivermos um custo da frequência menor, podemos ter o compromisso de acelerar essa construção aberta e garantir que muitas indústrias se beneficiem”, indicou.
O CEO da TIM aponta que o Brasil é muito mais digital do que se possa imaginar, tem muitas potencialidades. Está na ponta em penetração de vários serviços digitais. São Paulo é a primeira em utilização de Uber no mundo, por exemplo. Por esta razão a TIM tem todo o interesse de desenvolver aqui um modelo de negócio digital. Mas enquanto não chega o 5G, ressalta que é preciso garantir o que se tem hoje disponível, os serviços tradicionais, e que todo o País esteja conectado, mas é preciso olhar além da conectividade.
“Hoje vendemos conectividade, mas nós temos 50 milhões de clientes e conhecimento de todo esse universo. Cobramos todos os meses [por serviços de telefonia móvel] pré ou pós-pagos, temos mais de 2 mil lojas, mais de 6 mil atendentes no call center. Mas por que estou falando disso? A parceria com as indústrias começa com a conectividade, mas pode continuar com a possibilidade de disponibilizar todas essas funcionalidades que já temos e com muita experiência. Essa é a melhor representação do ecossistema”, encerrou Pietro Labriola.