III Fórum AB Diversidade no Setor Automotivo empresas do setor compartilharam experiências e ações práticas de sucesso
Automotive Business -
FCA, Mercedes-Benz, Renault e VWCO debateram caminhos para fomentar a pluralidade no 1º dia do Fórum AB
NATÁLIA SCARABOTTO, PARA AB
Diversidade e inclusão se tornaram temas essenciais na agenda das empresas automotivas, mas a dúvida de muitas organizações ainda é: como colocar isso em prática no dia a dia? No III Fórum AB Diversidade no Setor Automotivo empresas do setor compartilharam experiências e ações práticas de sucesso. O evento, realizado por Automotive Business em parceria com a MHD Consultoria, começou nesta terça-feira, 24, e continua na quarta-feira, 25, das 10h às 12h, ao vivo e gratuito.
Na FCA - Fiat Chrysler Automóveis o programa de diversidade e inclusão começou em 2019 com foco em consciência e informação no âmbito interno, por meio de treinamentos de vieses inconscientes com os funcionários e ações afirmativas. “Neste segundo ano, vemos resultados como o crescimento expressivo de 20% de mulheres no plano de sucessão”, conta a diretora de recursos humanos da companhia, Erica Baldini.
Uma das práticas destacadas pela Volkswagen Caminhões e Ônibus durante o painel foi o investimento em treinamento de vieses inconsciente e na participação das lideranças no tema. A gerente executiva de qualificação e desenvolvimento da companhia, Maria Fernanda, fala a respeito:
“Toda ação para inclusão requer mudança de cultura e de mentalidade. Fomos para a sala de aula com todo o nosso corpo gerencial para fazer as pessoas pensarem de forma mais ampla”, diz.
GRUPOS DE AFINIDADE: UMA ESTRATÉGIA PARA FOMENTAR A DIVERSIDADE
Os grupos de afinidade foram citados por todas as empresas participantes, que apostam nesta dinâmica como uma estratégia de sucesso para fomentar a diversidade e a inclusão. Na Mercedes-Benz Brasil a participação das lideranças nesses grupos é fundamental. “Temos esse comitê como disseminador da estratégia da empresa perante aos stakeholders”, disse a gerente de recursos humanos, Elineide de Castro.
Além disso, a Mercedes-Benz promove ações internas com os colaboradores e mantém o posicionamento externo sobre o tema de diversidade e inclusão. Um caso recente foi o apoio da empresa às manifestações de Lewis Hamilton contra o racismo e em apoio ao movimento Vidas Negras Importam. Ele é o único piloto negro da Fórmula 1.
Na Renault, além dos comitês como o “Pride Renault”, grupo de afinidade para pessoas LGBTI+ criado em junho, a estratégia da empresa inclui também a participação em fóruns e eventos externos.
“Temos evoluído na transformação da cultura baseados em três pilares: liderança, conscientização e comunicação, e processos”, afirmou o diretor de recursos humanos da empresa, Douglas Pereira.
A participação em eventos, como o Fórum de Diversidade no Setor Automotivo, de Automotive Business, deve ser vista como uma estratégia relevante para as empresas, de acordo com Guilherme Bara, sócio da MAC Diversidade e conselheiro da Rede AB Diversidade. “A organização se posiciona mostrando que é um tema prioritário. Isso também repercute internamente para as lideranças e os colaboradores.”
DIVERSIDADE E INCLUSÃO NA PANDEMIA
Durante a pandemia, a diversidade e a inclusão se mostraram ainda mais relevantes para as organizações, visto que, mais do que nunca, os colaboradores precisam de apoio e acolhimento. Por isso, a Renault buscou se aproximar mais dos funcionários por meio de encontro de gestores, canais de informações e ao trazer especialistas para ajudar na gestão do trabalho home office.
A VWCO intensificou o plano de comunicação, promoveu campanhas de saúde e bem-estar e continuou com ações de diversidade e inclusão. Durante a pandemia, a empresa criou seus grupos de afinidade. “Para o início do ano que vem, planejamos lançar um treinamento sobre como tratar a gestão de pessoas de forma remota. Vai ajudar principalmente as equipes mais femininas e com mães”, contou Maria Fernanda.
Na Fiat Chrysler, o tema também teve atenção das lideranças, principalmente em relação às mulheres. “A saúde das pessoas vem em primeiro lugar. Tivemos ações voltadas à maternidade, por exemplo. Infelizmente, no contexto em que vivemos, a ansiedade ainda é um desafio porque ainda existe uma sobrecarga maior para elas quando consideramos o trabalho doméstico”, afirmou Erica Baldini, diretora de RH do Grupo FCA.