Volkswagen inaugura nova cabine de pintura na Argentina que recebe US$ 200 milhões dos US$ 650 milhões aplicados na planta desde 2018
Automotive Business -
Aporte faz parte do ciclo de US$ 650 milhões investidos para produção do SUV Taos na fábrica de Pacheco
PEDRO KUTNEY, AB
Com plateia repleta de autoridades governamentais da Argentina, incluindo o presidente da República, Alberto Fernández, a Volkswagen inaugurou na sexta-feira, 4, a nova cabine de pintura do Centro Industrial de General Pacheco, que recebeu US$ 200 milhões dos US$ 650 milhões aplicados na planta desde 2018. O atual ciclo de investimentos na operação se encerra este ano com a conclusão das modernizações na fábrica e o início da produção em série do Taos, primeiro SUV da marca fabricado no país, que deverá ter mais de 60% da produção exportada para diversos países sul-americanos, principalmente para o Brasil, onde o modelo chega no segundo trimestre de 2021.
Presente à inauguração, o argentino Pablo Di Si, presidente da Volkswagen América Latina, destacou que a empresa já investiu quase US$ 1 bilhão na Argentina nos últimos cinco anos – somando os aportes na planta de Pacheco e também US$ 150 milhões que foram aplicados recentemente na fábrica de transmissões de Córdoba. Segundo o executivo, o programa foi viabilizado após negociações com o sindicato e governo para recuperar a produtividade e competitividade da fábrica argentina.
“Há apenas seis anos éramos os últimos em indicadores de produtividade. Não foi fácil superar essa situação. O acordo com a participação dos trabalhadores foi fundamental para viabilizar os investimentos que fazemos para tornar esta fábrica uma das mais avançadas do grupo na América Latina, que em breve começará a exportar o Taos”, disse Pablo Di Si.
Representando o sindicato nacional dos trabalhadores da indústria de transporte automotor (SMATA), Mario Manrique, secretário-geral adjunto da entidade, confirmou a operação de resgate da planta de Pacheco: “Quando iniciamos as negociações esta fábrica estava quase fechada. Os trabalhadores entenderam que teriam de fazer sacrifícios para mudar isso, passaram por momentos difíceis, mas não baixaram os braços e conseguiram aumentar a produtividade. Prova disso é que vamos terminar 2020 com praticamente a mesma produção de 2019, mesmo com a pandemia”, contou. Além do Taos que começa a ser produzido em série agora, a Volkswagen também produz na Argentina, desde 2009, a picape Amarok.
FÁBRICA RENOVADA
Thomas Owsianski, presidente do Volkswagen Group Argentina, destacou que os investimentos trazem novo ânimo à fábrica. “O dia de hoje marca o antes e o depois dos 25 anos do nosso centro de produção de Pacheco. Trabalhamos intensamente na introdução da plataforma MQB, a mais moderna do grupo no mundo, que dá vida ao novo Taos e traz avanços importantes. Com essa tecnologia, poderemos ampliar o volume e conseguir maior flexibilidade para a produção de novos modelos. Com isso asseguramos nosso caminho rumo ao futuro”, disse o executivo.
O Centro Industrial Pacheco da Volkswagen – uma herança da finada sociedade com a Ford na Autolatina, encerrada em 1996 com um muro que separou a área em duas partes – foi praticamente reconstruído para produzir modelos sobre a plataforma global MQB do grupo.
A unidade de pintura inaugurada oficialmente na sexta-feira é completamente nova, foi construída do zero em área de 25 mil metros quadrados. As obras consumiram dois anos e meio de trabalho, com 600 operários, 71 fornecedores e 130 especialistas de dez países. Foram aplicadas 2,5 mil toneladas de aço na estrutura do novo prédio, que hoje abriga uma linha quase que 100% automatizada, com 2,5 mil metros de transportadores e 68 robôs que aplicam tinta sobre o exterior e interior das carrocerias.
Foram capacitados 250 trabalhadores para atuar na nova área de pintura de Pacheco, única na Argentina que opera com tintas à base de água primerless, que não requer aplicação de base e elimina uma das etapas do processo, com evidente ganho de produtividade. Segundo a Volkswagen, os novos equipamentos gastam 75% menos energia elétrica e consomem 85% menos água e ar do que os utilizados anteriormente na planta.