Fabricantes de veículos da Europa querem caminhões livres de combustíveis de origem fóssil para atingir a neutralidade de carbono em 2050
Automotive Business -
Fabricantes e pesquisadores do clima apontam que a condição é necessária para alcançar a neutralidade de carbono em 2050
REDAÇÃO AB
Em uma declaração conjunta, as fabricantes de veículos da Europa associadas à Acea e os pesquisadores do Instituto Potsdam para Pesquisa de Impacto Climático (PIK) concluíram que até 2040 as vendas de caminhões deverão contemplar apenas veículos livres de combustíveis de origem fóssil para atingir a neutralidade de carbono em 2050.
A declaração publicada na terça-feira, 15, [PDF em inglês] descreve um roteiro e as condições necessárias, segundo as entidades, para transformar o sistema de transporte rodoviário, o que inclui, além de investimentos da indústria, opções legislativas, como taxas de trânsito com base nas emissões de CO2 e um sistema de tributação de energia com base no conteúdo de carbono e energia.
“A mudança climática é o desafio mais fundamental da nossa geração. Ao mesmo tempo, a violenta pandemia de Covid-19 destacou o papel crucial que o transporte rodoviário e a logística desempenham para garantir que alimentos, medicamentos e outros bens essenciais estejam disponíveis para aqueles que precisam deles”, afirmou Henrik Henriksson, presidente do conselho de veículos comerciais da Acea e CEO da Scania.
O executivo disse que para que o transporte rodoviário mantenha seu papel de servir à sociedade, é necessário se afastar dos combustíveis fósseis o mais rápido possível. “Não apenas estamos convencidos de que é necessário, mas sabemos que é possível e estamos prontos para que aconteça, mas nós não podemos fazer isso sozinhos, precisamos que os legisladores e outras partes interessadas unam suas forças conosco”, acrescentou Henriksson.
No relatório, as entidades reforçam que é crucial desenvolver uma densa rede de infraestrutura de recarga e reabastecimento adequada para caminhões pesados de baixa ou zero emissões. Além disso, indicam que um sistema de preços de acordo com a emissão de CO2 pode ser um dos instrumentos mais eficazes, uma vez que os veículos com emissão zero não vão decolar enquanto o modelo diesel continuar mais barato.
“Um primeiro passo foi dado com a cooperação Acea e PIK, à medida que a indústria e a ciência começam a trabalhar juntas em uma parceria estratégica para acelerar a transição, com base em informações científicas. A ciência nos mostra que, se quisermos evitar cruzar pontos de inflexão perigosos no sistema terrestre, precisamos agir hoje - combinando todas as soluções disponíveis para fazer uma rápida mudança para a neutralidade de carbono e os veículos com emissão zero não só reduzirão as emissões de CO2, mas também melhorarão ainda mais os níveis de qualidade do ar - um fator de importância crucial para a saúde humana”, declarou o diretor do Instituto PIK e professor de Ciência do Sistema Terrestre na Universidade de Potsdam (Alemanha), Johan Rockström.