Mês de dezembro registrou o maior volume de emplacamentos de veículos de todo o ano de 2020 revela Fenabrave
Revista Fator Brasil -
Considerando todos os segmentos somados (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros veículos)
Ante o mês anterior. E o setor da Distribuição de Veículos fecha ano com retração de 21,63%. A queda foi menor do que a esperada, em função da pandemia. Para 2021, a projeção é uma alta de 16,6% para o setor, em geral, sobre os resultados obtidos em 2020.
O mês de dezembro registrou o maior volume de emplacamentos de veículos de todo o ano de 2020, segundo apuração da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores(Fenabrave). Considerando todos os segmentos somados (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros veículos), foram emplacadas 363.163 unidades, em dezembro, contra 334.349 veículos, no mês anterior, numa alta de 8,62%.
O levantamento, que tem como base os dados do Registro Nacional de Veículos Automotores(Renavam), apontou, ainda, que, em relação a dezembro de 2019, quando foram comercializadas 370.748 unidades, a retração foi de apenas 2,05%.
Já no acumulado do ano, houve queda de 21,63% (3.162.851 unidades contra 4.036.046 registradas em 2019), um recuo inferior às projeções divulgadas pela Fenabrave em julho, quando a expectativa era de que o mercado retrairia 35,8% em 2020. Em outubro, a previsão foi revisada para uma baixa de 25,3%, mas o ano acabou sendo um pouco melhor do que o esperado.
— Os principais fatores que influenciaram nessa melhora, principalmente, a partir do segundo semestre, foram a manutenção da taxa de juros, em um patamar baixo e o Auxílio Emergencial, oferecido pelo Governo Federal, que colaboraram para o aquecimento do comércio e para a baixa inadimplência. Com isso, melhorou a oferta de crédito, favorecendo a tomada de decisão para a aquisição de veículos — explica o Presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior.
Para ele, — o mercado só não foi melhor em função da crise enfrentada pelas montadoras, que tiveram problemas com falta de peças e componentes, além das regras para manter o distanciamento social nas unidades fabris—.
No ranking histórico (entre todos os meses de dezembro, desde 1957), dezembro/2020 está na 10ª posição e o acumulado de janeiro a dezembro está na 15ª colocação.
Automóveis e comerciais leves — As vendas de automóveis e comerciais leves cresceram 8,66% em dezembro, totalizando 232.814 unidades licenciadas, contra as 214.260 unidades emplacadas, em novembro. Já com relação a dezembro de 2019, quando foram comercializadas 251.775 unidades, houve queda de 7,53%.
No acumulado de 2020, foram emplacadas 1.950.889 unidades, contra 2.658.692, no ano anterior, uma queda de 26,62%.
— Apesar de o último trimestre ter sido positivo e ter demonstrado uma forte reação dos segmentos, essa recuperação não foi suficiente para superar os resultados do último trimestre de 2019. Isso se deve, entre outros fatores, à falta de disponibilidade de automóveis e comerciais leves no mercado, causada pelo reflexo da pandemia, que retraiu a produção na indústria. Vale ressaltar que a oferta de crédito para os segmentos continua abundante e a demanda permanece aquecida — destaca o presidente da Fenabrave.
Na apuração da entidade, o mês de dezembro/2020 está na 8ª colocação histórica, entre todos os meses de dezembro (desde 1957), para automóveis e comerciais leves, e o acumulado ocupa a 14ª posição nesse ranking.
Caminhões — Em dezembro de 2020, o segmento de caminhões registrou alta de 6,84%, totalizando 9.639 unidades comercializadas, frente às 9.022 vendidas em novembro.
Na comparação com dezembro de 2019 (8.328 unidades), houve crescimento de 15,74%, mas, no acumulado de janeiro a dezembro, os resultados de 2020 (89.207 caminhões emplacados) ficaram 12,31% abaixo dos registrados no mesmo período de 2019, quando foram vendidas 101.733 unidades.
— Os fabricantes de caminhões tiveram muita dificuldade para atender à demanda, por conta da retração da produção, provocada pela pandemia, na indústria. A boa oferta de crédito e a melhora dos preços das commodities são fatores positivos, que impulsionaram e continuam mantendo a procura aquecida — comenta Assumpção Júnior.
No ranking histórico, o mês de dezembro de 2020 ocupa a 7ª colocação, para o mercado de caminhões. No acumulado, o mês ficou em 11º lugar na série.
Ônibus — Em dezembro/2020, os emplacamentos de ônibus (1.551 unidades) registraram queda de 11,07% sobre novembro (1.744 ônibus emplacados).
Na comparação com dezembro de 2019 (2.434 unidades), o resultado foi 36,28% menor e, se considerarmos o acumulado de janeiro a dezembro/2020 (18.219 unidades), a queda foi de 33% sobre igual período de 2019 (27.193 unidades).
— O segmento de ônibus foi o mais impactado nesta pandemia. As empresas de transporte de passageiros, os fretamentos, entre outros, sofreram muito com a queda em seu faturamento. A fabricação deste segmento também sofreu com a falta de insumos e componentes — analisa o presidente da Fenabrave.
No ranking histórico, o mês de dezembro de 2020 está na 16ª colocação, e o acumulado do ano está na 13ª. posição.
Implementos Rodoviários — Os emplacamentos de implementos rodoviários apresentaram crescimento geral, em todos os comparativos. Em dezembro de 2020, quando foram emplacadas 7.354 unidades, o crescimento foi de 14,83% sobre novembro/2020, quando 6.404 unidades foram vendidas.
Também na comparação com dezembro de 2019 (4.992 unidades), houve alta de 47,32% e, no acumulado de janeiro a dezembro de 2020, as 67.377 unidades comercializadas ficaram 6,11% acima das 63.498 unidades registradas em igual período de 2019.
— O cenário de implementos rodoviários é parecido com o de caminhões, em que a demanda é maior do que a oferta. Contudo, a base comparativa de 2019 é baixa, o que justifica o seu crescimento também no acumulado do ano. O crédito para este segmento continua sendo fartamente ofertado, com taxas de juros em níveis razoáveis, assim como a demanda segue aquecida — avalia Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave.
Motocicletas — As vendas de motocicletas registraram alta de 10,5% em dezembro/2020, totalizando 98.831 unidades, contra as 89.438 emplacadas em novembro. Se comparado a dezembro de 2019, quando foram emplacadas 94.103 motocicletas, esse resultado aponta aumento de 5,02%.
Mas, a falta de produtos no mercado afetou o resultado do segmento, no acumulado do ano. Entre janeiro a dezembro/2020, foram emplacadas 915.502 motocicletas, volume 15,04% menor que as 1.077.537 unidades, vendidas no mesmo período de 2019.
— Assim como os demais segmentos, as motos sofreram com a queda na produção local e na importação de peças e componentes, em função da pandemia. No entanto, ao contrário de outros anos, notamos que houve boa oferta e aprovação de crédito, com taxas de juros razoáveis, o que favoreceu e continua estimulando o aumento de demanda, gerada pela utilização de motocicletas como transporte individual e para serviços de entrega — avalia Assumpção Júnior.
No ranking histórico das vendas de motos, o mês de dezembro/2020 está na 12ª colocação, e o acumulado deste ano ocupa a 15ª posição na série.
Vale ressaltar que entre os meses de abril e maio as fábricas de motocicletas foram fechadas e paralisaram sua produção, o que impactou no resultado do ano. “Não fosse isso, teríamos alcançado a projeção de superar 1.100.000 unidades em 2020”, concluiu o presidente da Fenabrave.
Tratores e Máquinas Agrícolas — Em novembro/2020, as vendas de tratores e máquinas agrícolas (4.205 unidades) registraram queda de 10,01%, na comparação com o mês de outubro (4.673 unidades).
Ante novembro de 2019 (3.169 unidades comercializadas), no entanto, houve alta de 32,69%.
No acumulado do ano, de janeiro a novembro/2020, houve crescimento de 3,48% sobre o mesmo período de 2019, com 41.497 unidades comercializadas, contra 40.100, em igual período de 2019.
—O mercado de tratores e máquinas agrícolas foi impulsionado pelo bom resultado da safra e aumento de renda, causado pela valorização das commodities durante o ano de 2020. O resultado não foi melhor pela alta demanda, que não conseguiu ser atendida pelo volume de recursos ofertados pelo Plano Safra 2020/2021, assim como pelas dificuldades enfrentadas pela indústria, que não conseguiu atender à totalidade dos pedidos das concessionárias — explicou o presidente da Fenabrave.
. Observando que por não serem emplacados, os tratores e as máquinas agrícolas apresentam dados com um mês de defasagem, pois dependem de levantamento junto aos fabricantes.
Projeções preliminares para 2021 — Apesar do momento de alta volatilidade, mas com a expectativa de crescimento do PIB, inicialmente, estimado em 3,5%, e com a esperada retomada da economia, a Fenabrave espera um retorno do crescimento das vendas de veículos para 2021, e projeta alta de 16,6% para o setor, em geral, sobre os resultados obtidos em 2020.
— Esperamos poder recuperar, aos poucos, o mercado, mas ainda há incertezas e fatos que podem repercutir nas nossas projeções — adverte Alarico Assumpção Júnior.