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Fabricantes de veículos na Argentina terminam 2020 com crescimentos de produção e vendas internas

Mercado interno sustenta retomada nos últimos meses, mas não foi suficiente para superar queda em 2020


REDAÇÃO AB

Os fabricantes de veículos na Argentina terminaram 2020 com expressivos crescimentos de produção e vendas internas no último trimestre, já em níveis superiores aos registrados no mesmo período de 2019, mas os volumes não foram suficientes para compensar toda a forte retração causada pela pandemia de coronavírus. Os índices anuais da indústria fecharam no campo negativo. As exportações, que em 2019 foram responsáveis por escoar 71% da produção argentina, não conseguiram reagir e ficaram abaixo do ano anterior em todos os 12 meses do ano, reduzindo para 53% sua participação no total negociado pelas fábricas.

Em todo o ano foram produzidos 257.187 veículos na Argentina, resultado que ficou 18,3% abaixo do registrado um ano antes, segundo dados consolidados divulgados pela Adefa (associação que reúne 12 fabricantes instalados no país) na quarta-feira, 6. Ainda assim, a queda foi de cinco a sete pontos porcentuais menor que era esperado por boa parte dos analistas no meio do ano. A recuperação mais rápida é devida ao reaquecimento parcial do mercado interno argentino, com incentivos do governo para a compra de carros nacionais.

Com apenas 16 dias úteis de trabalho, as fábricas produziram 30.172 veículos em dezembro, o que representou queda de 7,4% em relação a novembro, mas significativa expansão de 107,7% na comparação com o último mês de 2019. A explicação para tamanha variação é porque no ano anterior boa parte das linhas de montagem argentinas foram paralisadas em férias coletivas durante quase todo o mês, o que não ocorreu no fim de 2020. Em três meses do ano passado (setembro, novembro e dezembro) a produção argentina ficou acima da registrada nos mesmos meses de 2019.

“Graças ao diálogo, trabalho e ação conjunta com a cadeia de valor, governos nacional e provinciais, pudemos adotar estratégias sanitárias e operacionais que nos permitiram colocar nossas fábricas em funcionamento após um atípico abril em que a produção foi zero”, destacou Daniel Herrero, presidente de Adefa.

EXPORTAÇÕES MAIS AFETADAS

As exportações tiveram desempenho oposto e não esboçaram recuperação no ano. Os fabricantes na Argentina exportaram 137.891 veículos em 2020, resultando em expressiva contração de 38,5% sobre 2019. Em dezembro isoladamente a queda foi ainda maior: apenas 17.200 unidades vendidas fora do país, 49,5% abaixo de novembro, mas com redução menor, de 9,3%, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, indicando uma curva ascendente.

“Obviamente o impacto na atividade, somado à pandemia de Covid-19, foi significativo e ao olharmos a série histórica verificamos que em 2020 a indústria retrocedeu a 2004 em volumes de produção, exportação e vendas”, avaliou Daniel Herrero, presidente da Adefa.


“Esse é um sinal que nos obriga a seguir trabalhando na melhoria contínua da competitividade para aumentar nossos volumes de produção e principalmente de exportação, dado o perfil de nossa indústria, que envia 60% do produzido a mais de 35 mercados. Esta foi a variável mais afetada do ano com queda [nas vendas externas] de 38,5% em comparação com o ano anterior, mais que o dobro da retração da produção”, acrescentou Herrero.

MERCADO DOMÉSTICO REAQUECE

O volumes faturados pelos fabricantes aos concessionários no país comprovam o reaquecimento do mercado doméstico argentino, ainda que os volumes sigam muito baixos. Em 2020, as fábricas entregaram 312.789 veículos à rede de revendas, número que ficou 16% abaixo de 2019. Mas quando é avaliado o movimento de carros fabricados localmente, as 121.059 unidades entregues às lojas significaram alta de 17,2% na comparação com o ano anterior.

Dezembro completou quatro meses seguidos de crescimento do mercado argentino em relação ao último quadrimestre de 2019. No mês foram faturados 38.994 veículos no atacado, em alta de 24,1% sobre as entregas de novembro e de 25,2% na comparação com o mesmo mês de um ano antes. As vendas de carros nacionais no último mês de 2020 somaram 19.289 unidades, volume 20,1% superior ao de novembro e 164,5% comparativamente a dezembro de 2019.

“Sem dúvidas o setor automotivo é um dos principais motores da recuperação econômica, por isso a importância do diálogo e trabalho conjunto para estabelecer as medidas necessárias para dar previsibilidade e sustentabilidade de longo prazo à indústria”, resumiu Herrero.

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