Abeifa vai continuar insistindo junto ao governo para que seja reduzido o imposto de importação sobre veículos
Automotive Business -
Associadas pedem desde 2020 que alíquota passe de 35% para 20% no Brasil
SUELI REIS, AB
A Abeifa, associação que reúne importadoras e algumas fabricantes de veículos, vai continuar insistindo junto ao governo para que seja reduzido o imposto de importação sobre veículos dos atuais 35% para 20%, que é o menor nível permitido dentro dos acordos do bloco do Mercosul.
O pleito foi feito pela entidade por meio de um protocolo junto à Secretaria da República, em abril do ano passado. Até agora, o governo não se manifestou a respeito do pedido.
“Sabemos que pela situação atual, não é possível uma redução imediata, mas esperamos que o governo seja sensível para iniciar um movimento gradual de redução para que, num período não muito alongado de tempo, possamos chegar aos 20%”, comenta o presidente da Abeifa, João Oliveira.
Outro pleito da entidade que deve continuar na pauta de 2021 é a adequação do imposto de sobre produtos industrializados, o IPI, para veículos híbridos e elétricos. “Percebemos algumas distorções na forma como o imposto é calculado, o que gera um custo maior para o consumidor, e, portanto, atrasa a entrada dessa tecnologia”, defende Oliveira.
O executivo voltou a comentar sobre o aumento do ICMS previsto para o Estado de São Paulo a partir da sexta-feira, 15, o que pode afetar fortemente o volume de negócios. Representando a Abeifa, João Oliveira participou nesta semana de um protesto com outras entidades ligadas ao setor automotivo para tentar negociar a reversão da decisão.
PERSPECTIVAS POSITIVAS PARA 2021
A associação das importadoras de veículos mantém o otimismo para 2021. Após registrar queda das vendas menor do que o esperado em 2020, a Abeifa aposta em retomada tanto do seu mercado quando de outros indicadores da economia.
Enquanto projeta vendas 15% maiores neste ano, as 15 marcas associadas concordam com o Boletim Focus, que indica crescimento de 3,4% do PIB em 2021, considerando uma base fraca de comparação, uma vez que em 2020, os dados preliminares apontam para uma queda de 4,3%.
Com relação ao câmbio, a entidade acredita que o dólar deve fechar este ano em R$ 5,00 contra os R$ 5,20 do ano passado. “Já a média cambial deve passar de R$ 5,16 para R$ 5,10 – é uma melhora de certa forma, mas muito limitada, por isso insistiremos na redução do imposto de importação”, comenta Oliveira.
Para o setor automotivo em geral, a Abeifa acredita que o mercado brasileiro deve crescer na faixa dos 16%, considerando apenas o segmento de automóveis e comerciais leves, índice muito semelhante ao previsto por Anfavea e Fenabrave.
No que diz respeito aos veículos importados para o mercado doméstico, não só pelas associadas à Abeifa, mas também de todas as demais empresas que atuam na indústria, a entidade projeta um aumento de 10,3% dos volumes de vendas para 2021, para pouco mais de 225 mil unidades, volume ainda abaixo dos 288 mil veículos importados ao País em 2019.
“É um crescimento menor do que o mercado como um todo porque a moeda não deve ceder numa proporção grande, e com isso, não ajuda muito na retomada”, diz o presidente da Abeifa.