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Anfavea mostra crescimento de 4,2% na produção de veículos em comparação com janeiro de 2020

Indústria trabalhou mais e contratou para atender demanda e repor estoques baixos


WILSON TOUME, PARA AB

O balanço mensal da Anfavea, associação das montadoras, relativo ao primeiro mês do ano mostrou crescimento de 4,2% na produção de veículos em comparação com janeiro de 2020, mas queda de 4,6% em relação ao volume de dezembro. Foram produzidas 199,7 mil unidades, resultado considerado bom pela entidade em face das dificuldades com falta de insumos e componentes que a indústria vem enfrentando nos últimos meses.

“Apesar de todas as dificuldades, produzimos quase 200 mil veículos no mês, o que é um bom número considerando as circunstâncias”, afirmou Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.

Entre as dificuldades mencionadas pelo dirigente estão a falta de insumos, como alguns modelos de pneus, tipos de aço e outros componentes. Mais recentemente eletrônicos e semicondutores foram acrescentados à lista de itens em falta, chegando a causar paralisação de linhas de produção na Europa. “O pessoal da logística das empresas está fazendo um trabalho excepcional, buscando peças, ajudando fornecedores, monitorando navios”, afirmou Moraes. “A gente está fazendo todo o esforço para manter o ritmo de produção para atender a demanda”, completou.

Os estoques continuam nos níveis históricos mais baixos da indústria, foram mantidos praticamente no mesmo nível de dezembro, que foi de 96,8 mil veículos. Em janeiro foram contabilizadas 100,8 mil unidades, sendo 87 mil nos pátios das fábricas e 13,8 mil nas concessionárias. Esses números correspondem a 18 dias de movimentação, considerando o volume de vendas do mês.

“O estoque está justo, pode ser que um modelo ou outro tenha alguma espera, mas faz parte”, afirmou Moraes. “Eu acredito até que esse é o novo cenário do setor, como ocorre na Europa. O consumidor brasileiro está aprendendo que pode programar a compra do seu carro para daqui a três ou seis meses. Isso facilita a operação de toda a cadeia, o planejamento dos fornecedores e dos concessionários, mas vamos ver se esse comportamento se confirma, pode ser um aprendizado provocado pela pandemia”, disse o executivo.

FÁBRICAS CONTRATAM 2,2 MIL TEMPORÁRIOS

Por conta da saída de uma das empresas do quadro da Anfavea, o balanço da entidade sobre empregos foi prejudicado, foram apresentados somente os números relativos aos fabricantes de autoveículos – deixando de fora fábricas de máquinas agrícolas e rodoviárias. Mesmo assim o resultado foi positivo: foi registrado crescimento de 2,1% no quadro de empregados da indústria, que contratou 2,2 mil pessoas no mês, fazendo o número de postos de trabalho ocupados avançar de 101,2 mil em dezembro para 103,4 mil em janeiro.

O presidente da Anfavea lembrou que a maioria das novas contratações está ligada à produção de veículos comerciais e são empregos temporários por prazos de seis meses a um ano, o que revela a continuação da incerteza sobre o aquecimento das vendas no setor. “Mas torcemos para que essas vaga temporárias se convertam em contratações permanentes”, finalizou Moraes.
 

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