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General Motors divulga balanço financeiro de 2020 com robusto lucro líquido

Companhia consegue superar efeitos da pandemia com forte desempenho no quarto trimestre, com resultados concentrados na América do Norte


PEDRO KUTNEY, AB

A General Motors divulgou esta semana seu balanço financeiro de 2020 com robusto lucro líquido de US$ 6,4 bilhões. A queda de 4,5% sobre o ganho apurado em 2019 é considerada pequena diante das adversidades do ano, demonstrando a capacidade da companhia de superar os efeitos negativos da pandemia, que derrubaram em 11% o faturamento líquido global, somando US$ 122,5 bilhões, ou US$ 14,8 bilhões abaixo do registrado no ano anterior. O volume de veículos vendidos pela GM no mundo somou 6,8 milhões de unidades, em retração anual de 11,7%.

Segundo a GM, o resultado positivo foi obtido graças a reajustes de preços e desempenho crescente de sua linha de picapes e SUVs na América do Norte, que compensaram parcialmente as interrupções de produção por causa da Covid-19 e gastos com o recall de milhões de veículos com airbags defeituosos da Takata. Com isso, a companhia conseguiu apurar lucro antes de impostos e despesas financeiras (EBIT) de US$ 9,7 bilhões, valor 15,5% mais alto que apurado um ano antes, que representou margem de ganho expressiva de 7,9% sobre o faturamento líquido.

“O desempenho da GM foi notável em qualquer medida, mais ainda em um ano que a pandemia obrigou as companhias em todo o mundo – incluindo a GM – a suspender temporariamente suas operações de manufatura para manter os empregados seguros. Nossos concessionários também deram passos extraordinários para proteger nossos clientes, com a oferta de soluções on-line de compras e entregas”, destacou Mary Barra, CEO da GM.

GANHOS CONCENTRADOS NA AMÉRICA DO NORTE

Apesar do bom desempenho, a GM continua ganhando dinheiro somente na América do Norte, onde apurou EBIT de US$ 9,1 bilhões, 11% acima de 2019, com margem de 9,4% sobre as vendas. O braço financeiro do grupo, a GM Financial, também concentrado nos mercados norte-americanos, obteve lucro anual recorde antes de impostos de US$ 2,7 bilhões. Os dois resultados positivos compensaram o EBIT negativo de US$ 500 milhões das operações internacionais da GM (incluindo a China) e a perda de US$ 900 milhões na Cruise – divisão dedicada ao desenvolvimento de veículos autônomos.

A GM concentra 100% de sua rentabilidade global na América do Norte e nos Estados Unidos, que em 2020 representou 43% do volume mundial de veículos vendidos com 2,9 milhões de unidades (2,5 milhões só nos EUA), apesar de vender mais nos países da Ásia/Pacífico, totalizando 3,4 milhões no ano passado, 50% do total de vendas, 2,9 milhões só na China. A América do Sul ficou com apenas 7% do bolo, com 470 mil unidades comercializadas, 338 mil delas no Brasil.

EXPECTATIVAS PARA 2021

Para 2021 a GM espera apurar lucro líquido entre 6,8 bilhões e US$ 7,6 bilhões, com EBIT de US$ 10 bilhões a US$ 11 bilhões. Segundo a companhia, o foco seguirá centrado em crescimento rentável e faturamento adicional com lançamentos de novos veículos elétricos – serão 30 deles até 2025 nos Estados Unidos e China. Do investimento anunciado em 2020 de US$ 27 bilhões para desenvolver e lançar modelos elétricos e autônomos, US$ 7 bilhões já começam a ser aplicados este ano.

A GM avalia que pode ter mais um ano de superação diante de ventos contrários que trazem alta nos preços de matérias-primas e dos altos investimentos que serão feitos nos próximos meses. A companhia reconhece que a falta de componentes eletrônicos (semicondutores) deverá ter impacto de curto prazo com redução dos volumes de produção e ganhos.

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