Falta de matéria-prima nas fábricas cobra seu preço nas concessionárias
Automotive Business -
Segundo a Fenabrave, fevereiro registrou uma queda de 17,48% nos emplacamentos de veículos leves em relação ao mesmo mês de 2020
REDAÇÃO AB
A falta de matéria-prima nas fábricas continua a cobrar seu preço nas concessionárias. Segundo a Fenabrave (associação dos distribuidores autorizados), a queda de 17,48% nos emplacamentos de veículos leves em fevereiro em relação ao mesmo mês de 2020 já é reflexo direto disso. Foram licenciados 158,2 mil automóveis e comerciais leves no mês, somando 320,8 mil unidades no primeiro bimestre, o que representa retração de quase 15% sobre igual intervalo do ano passado.
“Mesmo com os esforços das montadoras para aumentar a produção, a falta de disponibilidade de peças e componentes ainda persiste, fazendo com que algumas fábricas tivessem de paralisar temporariamente a produção em fevereiro, afetando de forma importante a oferta de produtos”, explica o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior.
A falta de componentes já provocou a paralisação da linha de montagem da GM em Gravataí (RS), que ficará fechada em março e a da Honda em Sumaré (SP) por duas vezes. O dirigente acrescenta que o mês teve ainda outro vilão: a expansão da pandemia de coronavírus no País.
"O aumento dos casos de Covid-19, que provocou o retrocesso da abertura do comércio em várias cidades, também contribuiu para a queda de vendas no mês de fevereiro", diz Alarico Assumpção Júnior.
Outro fator que ajudou a puxar para baixo as vendas foi o aumento do ICMS de São Paulo neste ano, que passou de 12% para 13,3% para veículos novos e de 1,8% para 5,53% para usados. Como o Estado é responsável por um quarto das vendas do País, as novas alíquotas provocaram um aumento generalizado de preços.
“Todos saíram perdendo com isso: consumidor, empresários, empregados e o próprio governo de São Paulo que, certamente, não terá aumento de arrecadação, pois há tendência de os negócios serem realizados fora do estado, onde o ICMS é menor”, explica o presidente da Fenabrave.