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Veículos usados anotam discreto crescimento na comparação de fevereiro com janeiro

Caminhões conseguem garantir a alta dos veículos pesados, enquanto as motocicletas suprem a falta de modelos no mercado


MÁRIO CURCIO, PARA AB

A venda de automóveis e comerciais leves usados em fevereiro somou 876,3 mil unidades, anotando discreta alta de 0,8% na comparação com janeiro. O confronto com fevereiro de 2020 aponta aumento de 15,1%. O bimestre teve 1,7 milhão de unidades negociadas, acréscimo de 4% sobre iguais meses do ano passado.

Os dados foram divulgados na quarta-feira, 3, pela Fenabrave, que reúne as associações de concessionários. Segundo a entidade, fevereiro é em regra mais fraco que janeiro na venda de usados e um dos motivos é o carnaval.

"Neste ano o cancelamento do feriado e a queda da produção de veículos levaram o consumidor a optar por um seminovo", estima o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior.

O crescimento dos leves foi puxado pelas transações de veículos comerciais de segunda mão, que somaram no bimestre 240 mil unidades, 11,7% a mais pelo confronto interanual. A demanda aquecida por transporte de mercadorias e comércio on-line explicam a alta bimestral mais acentuada que a dos automóveis. Segundo a entidade, a cada comercial leve zero-quilômetro negociado em fevereiro, 4,1 usados trocaram de dono.

SÃO PAULO PERDE PARTICIPAÇÃO COM ALTA DE ICMS

Ainda de acordo com a Fenabrave, as vendas de veículos usados no Estado de São Paulo representavam quase 40% das transações de automóveis e comerciais leves usados no País. Mas o aumento de 207% na alíquota do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) aplicado a partir de 15 de janeiro de 2020 teria derrubado a participação estadual para 31,2% no segundo mês do ano.

Assumpção Júnior afirma que o governo de São Paulo está afugentando os negócios para outros estados e isso implicará perda de arrecadação. “Teremos cada vez mais informalidade e as consequências serão dramáticas, como o fechamento de empresas e a perda de empregos do setor.”

CAMINHÕES GARANTEM ALTA DOS VEÍCULOS PESADOS USADOS

As transações de veículos pesados (caminhões e ônibus) em todo o País somaram em fevereiro 34,1 mil unidades, resultando em alta de 16,5% sobre janeiro e de 24,3% na comparação com fevereiro do ano passado. O total no bimestre atingiu 63,4 mil veículos, com crescimento de 10,2% sobre iguais meses de 2020.

A análise isolada dos caminhões revela alta de 14,7% no bimestre, a maior entre os veículos. Para os caminhões zero-quilômetro esse crescimento ficou em 9,4%. A cada caminhão novo entregue em fevereiro foram vendidos outros quatro usados.

Os ônibus anotaram a única queda bimestral entre todos os segmentos, de 21,9%. O setor permanece como o mais afetado pela pandemia de Covid-19, o que também ocorre com os zero-quilômetro (leia aqui). Em fevereiro foram negociados dois ônibus usados para cada novo.

MOTOS USADAS SUPREM ESCASSEZ DE NOVAS

Em fevereiro foram negociadas em todo o País 262,8 mil motocicletas de segunda mão, 6,1% a mais que em janeiro. Pela comparação com fevereiro de 2020 houve crescimento de 21%. O total do bimestre teve 510,5 mil motos usadas vendidas, 9,2% a mais que no mesmo período de 2020.

A falta de alguns modelos de baixa cilindrada nas concessionárias por causa da queda da produção em Manaus (AM) acabou empurrando o consumidor para as seminovas. A proporção em fevereiro foi de 4,6 usadas para cada moto zero-quilômetro licenciada.


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