Ipea realiza webinar para discutir a transição energética e as oportunidades de cooperação entre os países do Brics
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) -
Webinar apresentou o estudo do Luciano Losekann, “Transição Energética e Potencial de Cooperação em Energias Renováveis e Gás Natural”
A transição energética e as oportunidades de cooperação entre os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) foram o tema do webinar promovido, nesta quarta-feira (03), pela Diretoria Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais (Dinte) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O evento reuniu representantes dos ministérios de Relações Exteriores (MRE), de Minas e Energia (MME), e da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) no Brasil.
Durante o webinar, coordenado pelo diretor da Dinte, Ivan Oliveira, foi apresentado o trabalho desenvolvido pelo consultor da Cepal e professor de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF), Luciano Losekann. O estudo “Transição Energética e Potencial de Cooperação em Energias Renováveis e Gás Natural” avalia a característica da matriz energética de cada nação que compõe o bloco.
Em sua exposição, Alex Giacomelli, diretor do Departamento de Energia, Recursos Minerais e Infraestrutura do MRE, destacou que a produção e o uso de energia são as maiores fontes de gases de efeito estufa atualmente. “Descarbonizar o setor energético é necessário para que se alcance os objetivos do Acordo de Paris. Enquanto outros países enfrentam desafios imensos na sua transição energética ou são largamente dependentes da geopolítica do petróleo, o Brasil está em uma situação privilegiada com a matriz mais limpa entre as grandes nações, com potencial para ensinar aos demais países o caminho do seu aprendizado”, afirmou.
Para Carlos Mussi, diretor do Escritório da Cepal no Brasil, o webinar foi uma oportunidade para trocar conhecimentos sobre transição energética e comparar o Brasil aos demais países do Brics. “Estamos em uma época efetivamente de transição. Novas tecnologias, novos formatos de mercado, demandas vindas da sociedade por uma energia mais limpa e barata. O trabalho do Luciano Losekann é muito detalhado, proporcionando uma boa fotografia e análise da realidade”, pontuou.
De acordo com Losekann, o mote do estudo, feito em parceria com a pesquisadora Amanda Tavares, foi identificar as cooperações existentes e as possibilidades futuras de colaboração, englobando não apenas energias renováveis, mas também o gás natural. “A transição energética envolve muitas dinâmicas que são diferentes para cada país. Em termos gerais, é o processo de descarbonização das matrizes energéticas, que envolve principalmente difusão de fontes limpas, mas também ganhos de eficiência. Ou seja, utilizar os recursos energéticos de forma mais eficiente para o mesmo nível de produto”, enfatizou.