Principais fontes de energia renovável do Brasil: energia solar, eólica e de biomassa
Assessoria de Imprensa -
O país contou com 48% de matriz energética renovável em 2020. A tendência é manter esse patamar até 2030
O Brasil deve se consolidar como uma das nações com matrizes mais limpas de energia do mundo. De acordo com o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2030, o país contou com 48% de matriz energética renovável em 2020. A tendência é manter esse patamar até 2030.
No setor elétrico, os estudos para elaboração do PDE apontam que a oferta de energia renovável representou 85% do total no ano passado. A expectativa é de alcançar 88% ao final da década, conforme o documento aprovado e publicado como Portaria Normativa nº2, de 25 de fevereiro de 2021.
De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), energia renovável é aquela considerada inesgotável, uma vez que suas quantidades se renovam ao serem utilizadas. São consideradas limpas as energias com origem hídrica, solar, eólica, biomassa, geotérmica, oceânica, hidrogênio. Todas emitem menor quantidade de gases de efeito estufa (GEE).
Além da hidrelétrica, as três matrizes consideradas principais no Brasil são a eólica, a solar e a biomassa, por possuírem diferentes utilidades e potenciais favoráveis para a geração de energia.
Eólica: a força dos ventos
O Ministério de Minas e Energia (MME) considera energia eólica aquela obtida a partir da captura do vento por aerogeradores que o transformam em energia cinética e, em seguida, eletricidade. A desvantagem é que sua operação depende de haver vento de qualidade suficiente para a geração. Os parques de energia eólica brasileiros estão instalados no Nordeste e no Sul do país, onde há ventos abundantes.
O balanço da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) contabiliza geração de 18 GW, em mais de 8.300 aerogeradores instalados em 695 parques eólicos até fevereiro de 2021. Os números da Associação incluem usinas em operação e as que operam em testes autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) até a data do levantamento.
Os ventos brasileiros têm fator médio de capacidade de geração de energia de mais de 40%, segundo a ABEEólica. Em regiões do Nordeste, o fator pode variar entre 60% e 70%. Como comparação, a média mundial está ao redor de 25%. A força dos ventos brasileiros é considerada de alta produtividade, em especial durante a chamada “safra dos ventos”, entre junho e dezembro.
Biomassa: energia originária de massa biológica
O Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) define biomassa como uma massa biológica formada por detritos de organismo vivos ou em decomposição, de origem animal ou vegetal. Por meio da combustão ou da gasificação, a biomassa gera energia térmica que é convertida em energia mecânica e, enfim, em energia elétrica.
O processo mais comum é por combustão, que possui eficiência energética entre 20% e 25%. O Sistema de Informações de Geração da Aneel (Siga) registra que a biomassa alcançou 15.603.915,45 kW de geração de energia em 578 empreendimentos no início de março de 2021 no Brasil.
A CBIE e o MME ressaltam que a maioria das usinas de biomassa utiliza o bagaço da cana plantada e processada nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Outra matéria-prima é um subproduto da indústria da celulose, chamado licor negro, que tem origem na madeira. O uso do biogás está concentrado nos centros urbanos, como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador.
Solar: energia captada dos raios solares
O governo federal define a energia solar como a eletricidade obtida em painéis fotovoltaicos que capturam a radiação solar. A Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar) anunciou que o país alcançou 7.766 MW de capacidade instalada de geração em janeiro de 2021. No comparativo, a geração subiu de 4,6 GW em 2019 para 7,5 GW no fim de 2020.
Existem duas formas de obter a energia solar. Uma é a geração centralizada, realizada nas usinas solares fotovoltaicas outorgadas nos mercados regulado e livre. O Siga da Aneel indica que 4.055 empreendimentos geram 3.292.423,25 kW em energia elétrica limpa por meio do sol no Brasil, o que corresponde a 1,6% da matriz elétrica nacional.
A geração distribuída inclui sistemas de microgeração, até 75 kW, e minigeração, acima de 75 kW até 5 kW, no próprio local de consumo ou nas proximidades. Neste caso estão residências, comércio, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos, que optaram pela instalação de painéis solares.